Chega aos cinemas nesta quinta-feira (12), o épico viking, “O Homem do Norte”, que é dirigido pelo americano Robert Eggers, conhecido por seus aclamados longas de terror, “A Bruxa” e “O Farol”.
Neste novo filme, Eggers comanda uma superprodução com um filme que custou US$60 milhões, um orçamento superior comparado aos seus filmes anteriores, que fazem parte do cinema independente.
O “Homem do Norte” é uma adaptação de um conto viking da figura mitológica Amleth, que inspirou até William Shakespeare a escrever a peça “Hamlet”. Com isso, é evidente o grande trabalho de pesquisa da produção, que contou com a mentoria de grandes especialistas da história nórdica.
O longa é focado na vingança do príncipe Amleth, que após testemunhar ainda criança, o assassinato do pai pelas mãos do seu tio Fjölnir, e ver sua mãe e reino tomados pelo assassino, ele foge para retornar anos depois, já adulto, determinado a fazer justiça por sua família.
O que chama atenção é o grande elenco que Robert Eggers conseguiu reunir, como Alexander Skarsgard, Anya Taylor-Joy, Nicole Kidman, Ethan Hawke, Willem Dafoe e Björk. Todos os nomes citados entregaram ótimas atuações. Principalmente, o ator protagonista Alexander Skarsgard, que carrega uma potência e domínio como o príncipe Amleth, e também a atriz Anya Taylor-Joy, que conquista seu espaço ao decorrer do filme com uma atuação de excelência, além de marcar a sua segunda parceria com o diretor desde seu papel no thriller, “A Bruxa” (2015).
Um dos grandes acertos do filme é tratar a história de forma realista sobre o comportamento e crenças do povo viking, transformando em um grande épico que não poupa detalhes históricos, onde o simbolismo é extremamente presente, principalmente, com o trabalho da equipe de som e do diretor de fotografia, Jarin Blaschke, que cria contraste na paleta de cor e paisagens diferentes, que mesclam para compor uma narrativa mais rica visualmente.
Claro que se tratando de uma adaptação de um conto clássico, o roteiro tem uma narrativa genérica e com escolhas previsíveis, que pode ter causado a pouca liberdade criativa do diretor Robert Eggers, que é conhecido por sua ousadia e originalidade em seus projetos. Mas, o “Homem do Norte” é o seu filme com menos identidade, o menos “perturbador”, e que aparenta ter muito mais cara de um blockbuster, por trazer uma narrativa mais autoexplicativa, diálogos melodramáticos, cenas de ação e grande uso de CGI.
Outro problema da narrativa é o pouco aprofundamento sobre quem é Amleth, não existem muitas camadas do personagem, apenas sobre sua transformação animalesca, sanguinária que busca se vingar. Com a habilidade de Eggers em contar histórias de personagens problemáticos, o resultado neste filme está abaixo do que o esperado.
“O Homem do Norte” tem um narrativa mergulhada entre erros e acertos, uma parte técnica impressionante, que faz jus ao gênero épico, ele é ousado por trazer violência extrema e atuações dramáticas, mas que ainda assim, faltou mais identidade no resultado final.