A jornada de amadurecimento dos filhos é uma etapa difícil para os pais. Como preparar alguém que você viu nascer para os desafios da vida adulta e ao mesmo tempo vê-lo partir para construir sua própria jornada de autonomia?
A síndrome do ninho vazio é algo que tem se mostrado comum no mundo. Pais que não sabem lidar com o possível afastamento dos filhos ao chegar à maturidade e tentam mantê-los presos sob sua “asa”.
Em “O Ninho”, Elena (Francesca Cavallin) é uma mãe dedicada ao filho Samuel (Justin Korovkin). O Jovem é paraplégico e impedido de sair da mansão em formato de castelo totalmente isolada por bosques. Quando ele conhece a jovem Denise (Ginevra Francesconi) ela desperta nele o interesse em descobrir o mundo fora do seu “ninho”. Sua mãe não pretende facilitar as coisas e está disposta a fazer qualquer coisa para impedir a saída do filho e com isso um conflito será inevitável. Mas, o que o mundo fora dali pode trazer de ameaça para Samuel?
O longa Italiano de Roberto de Feo faz juz à tradição dos Giallos subgênero de Terror Italiano que revelou grandes nomes como Dario Argento e Mario Bava. Com cenário sombrio de um castelo medieval o clima de suspense é inevitável, a fotografia de Emanuele Pasquet também acerta em criar uma envolvente relação de luz e sombra com o clima misterioso dentro do castelo e os dias cinzentos no bosque. A trilha sonora e as músicas que Samuel toca ao piano também vão se envolvendo no clima de medo.
De Feo, que também assina o roteiro, mantém o espectador envolvido na trama o tempo todo sem precisar ficar explicando as entrelinhas da história o tempo todo, como tem se tornado comum no cinema criando um suspense de qualidade e com um final surpreendente. A produção de 2019, acaba ganhando um significado diferente com o isolamento social causado pela pandemia e toda a sensação de medo e pânico que muita gente acabou se submetendo pelo medo de sair de casa. A arte como ferramenta de crítica social e utilizando das metáforas para evidenciar os problemas da sociedade é algo que tem feito falta ao Cinema. Que mais produções revisitem o legado de narrativas construídas por George A. Romero entre outros.