Bem no estilo “Clube dos Cinco”, clássico da Sessão da Tarde, o filme “O Novato” mostra a vida de jovens nerds, estabanados e, na maioria das vezes, rejeitados pelos grupos em que tentam ser inseridos. O filme, exibido no Festival Varilux e produzido pelo ator francês Rudi Rosenberg , que estreia na direção, é uma ótima comédia que fala sobre o início da adolescência e seus desafios.
Benoît (Réphaël Ghrenassia), um tímido garoto, sofre bullying no novo colégio. Aos poucos, ele tentará achar o próprio espaço e se encontrar no mundo com novos amigos. Para que essa narrativa funcione, temos um humor adolescente com piadas sobre sexo, respostas rápidas e uma sagacidade juvenil muito presente. Mas sempre com bom gosto, não soa apelativo em momento algum.
As piadas fazem parte do cenário construído pelo diretor. Em meio a gargalhadas contagiantes dos personagens, uma atmosfera descontraída toma conta do ambiente e elas passam a tocar mais o público nostálgico – o adulto -, do que o jovem, bem diferente de certos filmes com uma carga de preconceito e humor bem duvidoso.
O bullyng é o tema principal do filme e é justamente o que o faz ser interessante. Nesse contexto, o diretor leva o espectador a entrar na mente das crianças envolvidas, fazendo do roteiro ainda mais atrativo. Além disso, a trama não possui pontas soltas, o roteiro é bem amarrado e simples, porém, cumpre a proposta.
O grupo de garotos tem entre 12 e 14 anos e são os típicos característicos que conhecemos: o nerd que não se enturma, a menina com deficiência que é sempre zoada na escola, o garoto que tem dificuldade de leitura e sempre serve de chacota para os colegas de classe, dentre outras características.