Embora “O Poderoso Chefinho” tenha sido lançado em 2017, só assisti recentemente e sem saber muito sobre a história a não ser que existia um bebê de terno que não era bem um bebê. Eu não tinha grandes expectativas, mas acabei gostando do filme principalmente por não ser somente uma história louca sobre um bebê de terno, mas sim um produto da mente de Tim, um garoto de 7 anos com uma criatividade imensa que tinha uma vida feliz e completa sendo filho único de um casal amoroso, mas tudo muda quando ele ganha um irmãozinho.
Quatro anos depois do lançamento do filme original, chega aos cinemas O Poderoso Chefinho 2: Negócios da Família. Nessa sequência reencontramos Tim, mas agora ele é um homem adulto e um pai de família. Tim faz parte de um casamento feliz, assim como seus pais, sua mulher é uma empresária e o “ganha-pão” da família, enquanto Tim se dedica a cuidar da casa e das filhas e a família é contente assim. Já o poderoso chefinho do primeiro filme se tornou agora um poderoso chefão, Ted é bem-sucedido e viciado em trabalho, o que fez com que se distanciasse do irmão nos últimos tempos, o que deixa Tim muito chateado.
Além do distanciamento de seu irmão, Tim também se chateia com a começo de um afastamento de sua filha mais velha, Tabitha, uma garota amorosa e inteligente, mas que acaba sendo focada demais nos estudos e responsabilidades (mais que o normal para uma criança da sua idade, pelo menos) e ainda tem como herói seu tio Ted. Em meio a frustração de Tim, ele descobre que sua filha mais nova, Tina, faz parte da BabyCorp, com direito a terno e tudo.
Tina convoca Tim e Ted para uma missão e com uma fórmula mágica faz com que Tim recupere seu corpo de criança e Ted seu corpo de bebê, ficando exatamente igual aos personagens no filme original.
Poderoso Chefinho 2 repete a fórmula do primeiro, mas acrescenta artifícios que não chegam a funcionar. A trama usa e abusa das cenas de ação que ocupam grande parte do filme e deixam pouco espaço para emoção, elas com certeza vão chamar atenção das crianças menores com todas as cores e sons, mas dificilmente vai prender a atenção de alguém com mais de 1 metro.
As relações familiares são, mais uma vez, o centro da trama, mas o filme tenta abordar mais questões do que conseguiria desenvolver com eficiência. Tem o distanciamento entre os irmãos, a admiração de Tina pelo tio bem-sucedido no mercado de trabalho e não pelo pai que trabalha nos afazeres de casa, o distanciamento de Tim, que se recusa a crescer, e da filha que quer crescer cedo demais, a rivalidade entre irmãos e você com certeza vai achar mais algumas se procurar com cuidado.
O fator lúdico, que foi o que mais me interessou no primeiro filme, fica perdido nessa sequência em que se destaca o absurdo das situações que ocorrem, a transformando em um filme mais genérico e com poucas novidades.