“Os Fantasmas de Ismael” assustam pela falta de coesão

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Com diretor aclamado e um elenco formado por estrelas do cinema francês, Os Fantasmas de Ismaël, filme de abertura da 70ª edição do Festival de Cannes, conta a história do cineasta Ismaël (Mathieu Almarich), a partir de três óticas distintas: o processo de criação de seu próximo filme, o trauma sofrido pelo desaparecimento de sua esposa Carlotta (Marion Cotillard), e a volta repentina de Carlotta após mais de 20 anos de desaparecimento, e como isso afeta seu relacionamento com Sylvia (Charlotte Gainsbourg).

O diretor Arnaud Desplechin traz, como em todos seus filmes, um personagem com o sobrenome Dedalus, dessa vez apresentado por Ivan Dedalus (Louis Garrel), o espião no qual se baseia o filme de Ismaël.

A história se divide em trechos do filme sobre Ivan Dedalus, o processo criativo de Ismaël, e sua vida antes e após o reaparecimento de Carlotta, e todos esses trechos apresentam características muitos distintas, o filme vai do suspense ao drama, passando por momentos cômicos, de romance, e surtos do personagem principal.

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Os trechos são introduzidos na história de forma contínua, ou seja, sem divisões claras e explicações, a impressão que se tem é de que filmes distintos estão sendo assistidos ao mesmo tempo. De fato, a intenção do diretor era amarrar diversas histórias em uma única sequência, Arnaud Desplechin declarou à página oficial do Festival de Cannes que o longa trata-se de ‘’cinco filmes compactados em um único, como os nus femininos de Pollock.

Porém, falta coesão entre os trechos o que prejudica a linearidade do filme, tirando a atenção do espectador da trama, quando você começa a se prender à história ela é logo interrompida por outra. Em suma, Os Fantasmas de Ismaël tem boas atuações, com destaque para Marion Cotillard, e uma bela fotografia perdidas em uma linha do tempo confusa.

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