Com estreia nacional esta semana, “Moonlight: Sob a Luz do Luar” está concorrendo a oito categorias no Oscar 2017. Entre as indicações, estão Melhor Filme, Diretor, Ator Coadjuvante, Atriz coadjuvante e Roteiro Adaptado. Quem acompanha a cerimônia anualmente já deve imaginar que, das categorias principais, ele deve abocanhar justamente algumas dessas premiações, mas dificilmente a principal estatueta da noite. E isso se deve à sua temática.

“Moonlight” narra a história de vida de Chiron, um jovem negro, pobre e homossexual. O diretor Berry Jenkins nos mostra um corajoso relato sobre sexualidade, violência, descoberta e solidão, numa poética e ácida narrativa, com personagens humanos que, graças a seus atores, passam a veracidade que lhes é exigida. O espectador testemunha tudo isso em três atos, divididos na infância, adolescência e fase adulta do protagonista.

A Academia sempre teve um lado conservador, isso é fato. Filmes com temáticas gays sempre foram bem-vindos à premiação, porém, os indicados a Melhor Filme nunca foram laureados, apenas seus intérpretes, como William Hurt (“O Beijo da Mulher Aranha”), Tom Hanks (“Filadelfia”), Sean Penn (“Milk – A Voz da Igualdade”) e Jared Leto (“Clube de Compras Dallas”). Ou, então, as estatuetas douradas foram concedidas nas categorias de roteiro, a exemplo de “Deuses e Monstros”, “O Segredo de Brokeback Mountain” e “Milk – A Voz da Igualdade”. Neste ano, o excelente “Moonlight” pode levar rasteira do favorito “La La Land” e entrar para as estatísticas.

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