O telefone toca, um personagem que o público não conhece atende e escuta do outro lado da linha uma voz enigmática que pergunta: “What’s your favorite scary movie?” (Qual é o seu filme de terror favorito?), é neste momento que o público já sabe que o destino daquele personagem é traçado com Ghostface, e mais um filme de “Pânico” começa.
A franquia iniciada nos anos 90 é conhecida por ter criado uma fórmula clássica para os seus filmes: um assassino com traje de Ghostface, telefonemas assustadores, a metalinguagem sobre o terror slasher, e claro, a final girl Sidney Prescott. O novo longa “Pânico VI”, que chega aos cinemas na próxima quinta-feira (9), seguem os elementos dos filmes anteriores, mas um pouco reformulada, pois temos Ghostface, mas não temos Sidney.
A atriz Neve Campbell recusou participar de “Pânico VI” após ter recebido uma baixa oferta de salário da Paramount, obrigando o estúdio a virar de vez a página na história da franquia que desde o longa anterior tinha esse plano ao escalar as atrizes Melissa Barrera (Sam) e Jenna Ortega (Tara) como as novas protagonistas.
No novo filme, as irmãs Sam e Tara Carpenter se mudam para Nova York para recomeçar suas vidas e esquecer os massacres realizado pelo Ghostface na cidade Woodsboro. Mas mesmo assim, elas novamente se tornam alvo de um novo serial killer mascarado.
Os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, constroem uma relação passado e presente, que respeita as ideias do criador da franquia Wes Craven, que faleceu em 2015, mas eles também apresentam novos elementos para a narrativa.
O filme que tem classificação para maiores de 18 anos, tem a ideia clara de modernizar a fórmula do terror slasher, acerta no tom mais sombrio que conta com cenas muito mais violentas e um suspense que intensifica a tensão de quem assiste.
A nostalgia também é explorada como um ponto crucial no roteiro de “Pânico VI”, que cria literalmente um museu com objetos e momentos icônicos dos filmes anteriores. Além disso, o tom metalinguístico sobre o cinema de horror tão conhecido nos filmes de “Pânico”, continuam como o norte do enredo.
O grupo sobrevivente de “Pânico” (2022) Sam, Tara, Chad e Mindy estão muito mais conectados, e com o elenco original mais distante, conseguem conquistar parte do público pela dinâmica divertida e de união que transmitem. Destaco as atrizes Melissa Barrera e Jenna Ortega, que aparentam maior potencial com o peso de seus papéis, que com a ótima atuação da dupla, conseguem se firmar como as novas final girls da franquia.
“Pânico VI” supera seu anterior por finalmente encontrar um rumo para que a franquia continue relevante. O filme é revigorante, mostrando que tem potencial para seguir com maior liberdade em apresentar novos personagens e histórias, sem perder a sua clássica essência.