Estreia hoje em circuito nacional o aclamado “Paterson”, filme do diretor experiente Jim Jarmusch. O longa foi um dos filmes de abertura no Festival de Cannes do ano passado, junto a filmes – realmente – de peso como “Aquarius” do diretor pernambucano Kleber Mendonça Filho, “Elle” de Paul Verhoeven e “Eu, Daniel Blake” de Ken Loach. Apesar de estar na lista de bons filmes na competição e de toda ovação, “Paterson” ainda não vem a ser o melhor trabalho de Jarmusch.


Créditos: Divulgação

“Paterson” se apega a detalhes desnecessários de uma história na qual, não acontece nada e a rotina maçante do protagonista também não leva a lugar algum. Na verdade, o filme tem uma carga dramática muito pesada dentro de um roteiro vazio que não compensa por não tirar proveito da história que poderia ser mais elaborada. O que se salva, são apenas as sequências das viagens de ônibus, são cenas bem executadas. É a única eficiência neste filme pouco criativo.


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O protagonista, que leva o mesmo nome da cidade onde mora, em New Jersey, é um motorista de ônibus que tem uma vida simples e sem resplendor. É casado com uma mulher prática que adora decorar a casa com preto e branco. Ela faz cupcakes e tem ambições, como ser cantora. Passa a fazer curso e aprende a tocar violão. Além disso, ela mostra-se apaixonada pelas poesias que Paterson escreve e o estimula a escrever para assim como ela, futuramente alcançar seu objetivo que é a fama. Um adorável personagem é o bulldog Marvin que constantemente é levado por Paterson a um bar, mas que é deixado pra fora.


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Sim, a vida de Laura, esposa de Paterson (que é dona de casa) é mais interessante que vida do próprio marido. Paterson é aspirante a poeta e seus poemas, narrados por ele mesmo, aparecem na tela mas não transmitem se quer uma única emoção por causa de sua trama irregular. Adam Driver (que está em outro filme exibido aqui no Brasil – “Silêncio” – de Martin Scorsese) tem bom desempenho no papel. Porém seu personagem insípido é um tanto impotente.


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Apesar do ritmo lentíssimo e melancólico, pode se inserir num daqueles filmes sobre a solidão e a infelicidade que com certeza um cinéfilo que curte filmes cult vai adorar ver. Para quem já conferiu algum trabalho do diretor, sabe que ele nunca faz um longa sem propósito e quem já viu “Os Limites do Controle” e “Amantes Eternos” sabe que “Paterson” se assemelha a eles, mas que infelizmente é superficial e caricatural.

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