Aterrorizante e impactante são os principais aspectos da produção. Com um roteiro bem desenvolvido e uma direção bem trabalhada de Alejandro Amenábar, é o elenco que acaba deixando a desejar.
O filme conta a história do detetive Bruce Kenner (Ethan Hawke) que, em outubro de 1990, tenta desvendar um mistério envolvendo um homem chamado John Gray (David Dancik), que é preso acusado de abuso sexual cometido contra sua filha Ângela (Emma Watson). Entretanto, John não consegue lembrar se realmente cometeu o crime. É aí que entra o psicólogo Kenneth Raines (David Thewlis) que, através da técnica da terapia de regressão, a qual é feita para fazer o paciente voltar a rever e “vivenciar” o tempo ultrapassado. A referida técnica da terapia realizada tanto no acusado, quanto na família do mesmo, faz com que todos consigam ver a menina Ângela usada em uma espécie de ritual satânico, o que leva o detetive Kenner a suspeitar da existência de uma seita macabra que aterroriza uma sociedade com rituais de sacrifício de seres humanos.
De modo a não revelar o que o filme tem de interessante, pode-se dizer que a chamada terapia de regressão ou das vidas passadas foi tecnicamente abolida para a investigação de crimes, uma vez que tal procedimento gira em torno da hipnose para rever o passado de uma pessoa ou até mesmo supostas vidas anteriores. Ocorre que tal procedimento também ocasiona certos distúrbios no individuo, gerando uma espécie de ilusão provocada, o que pode significar que o suposto passado visto pelo paciente não necessariamente existiu.
No filme, a técnica de regressão é utilizada em várias pessoas. A partir daí vários acontecimentos relacionado a sonhos aterrorizantes são levados até a suposta seita satânica. Contudo, se levanta hipóteses de tudo aquilo ser algo imaginado ou totalmente inventado.
O enredo é muito bem trabalhado com aspectos bastante peculiares sobre toda a investigação do caso de abuso e as formas como as cenas envolvendo os adeptos da seita satânica são bem convincentes, sem falar da forma em que estes adeptos se apresentam, inclusive com vestimentas e maquiagem bem assustadoras. Se o filme dependesse só desses fatores se tornaria um sucesso incomparável, ainda mais se os produtores tivessem trabalhado melhor o seu elenco, em especial a atriz Emma Watson.
Uma bela direção do espanhol Alejandro Amenábar, o qual já tem a experiência em dirigir filmes assustadores como ‘Os Outros’. Outros detalhes técnicos como a fotografia e a trilha sonora são pontos fortes do filme. O filme em si se torna bastante interessante, apesar das cenas perturbadoras envolvendo sacrifícios de bebês.
Algumas cenas do filme poderiam ter sido cortadas de modo a deixá-lo mais curto e aceitável. Os surtos exagerados do detetive Kenner e a cena desnecessária do beijo entre Ethan Hawke e Emma Watson poderiam ter sido retiradas sem comprometer a história.
A respeito de Emma Watson que, sem sombra de dúvida é uma boa atriz, mas foi muito mal aproveitada em ‘Regressão’, uma vez que sua personagem se mostra bastante sem brilho, sem falar que esta mesma personagem é 10 anos mais jovem do que a atriz. É compreensivo que os realizadores da sétima arte não permitam que Emma se torne um “sex symbol” em atenção à sua beleza, mas não permitir que ela cresça está se tornando uma atitude bastante inaceitável e até mesmo ridícula, uma vez que se pode ver o peso da idade sobre a atriz.
Uma curiosidade sobre o filme é o fato de Emma Watson estar atuando novamente com David Thewlis desde o fim da saga “Harry Potter”.