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Em 30 de maio de 2002, chegava aos cinemas a segunda adaptação de videogame de Paul W. S. Anderson, que em 1995 levou ‘Mortal Kombat’ às telonas. Mas dessa vez, Paul escolheu um jogo mais tenso e aterrorizante, o clássico de terror ‘Resident Evil’. Na estreia, Paul não agradou tanto assim os fãs do game, e mal sabiam eles que 15 anos depois, em janeiro de 2017 ainda estaríamos vendo Paul W. S. Anderson com mais um ‘Resident Evil’, e o último da franquia, ou pelo menos é o que achamos, e torcemos.
Há 15 anos, Paul, amante de videogame, sempre se mostrou entregue à série de filmes. Em entrevistas e divulgações, é possível perceber certo prazer do diretor em fazer parte disso. Roteirizando e produzindo todos os longas, Paul encontrou sua galinha dos ovos de ouro em ‘O Hospede Maldito’, e mesmo com a franquia não trazendo lucros absurdos, Paul mostrou que era possível chegar até um sexto filme.
‘Resident Evil 6: O Capítulo Final’ demonstrava voltar às origens de ‘O Hóspede Maldito’ e trazer de volta o terror e o medo apresentados, mas Paul não largou seu osso e seguiu com a mesma fórmula de todos os outros filmes desde o segundo. Com um padrão de acontecimentos, o último filme da franquia não traz nada de novo. Cenas de ação no começo, mortes, volta de pessoas que morreram, uma equipe de elite, uma reviravolta, alguém que trai o grupo e aquele final que finaliza a história, mas ainda consegue deixar uma brecha para uma possível continuação.
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Como os outros, ‘O Capítulo Final’ consegue funcionar como um filme solo, principalmente por desconsiderar diversos acontecimentos passados, apesar de trazer em seu início uma explicação de tudo o que já aconteceu anteriormente. O filme também não demonstra vontade de ser o último, sem um “ar” de despedida.
Seu roteiro não é só muito preguiçoso, como também é ruim. Explicações pífias, incoerências e revelações sem sentido fazem parte desse “adeus”. Paul tenta justificar erros passados construindo situações novas, mas consegue criar mais erros e falha miseravelmente em trazer um certo ato dramático, deixando o espectador com vergonha do que está passando na tela. Além de seu fraco texto, Paul também não consegue dirigir seu elenco. A sintonia entre os movimentos de câmera de Paul e os movimentos de Milla são até agradáveis, mas todo o resto do elenco entristece o espectador com atuações medíocres e que beiram o ridículo.
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Paul W. S. Anderson consegue trazer algo positivo em sua direção fazendo uma ambientação pós-apocalíptica bem-feita e se mostra um diretor capaz de trabalhar bem com o 3D, formando uma bela parceria com Glen McPherson. Suas cenas de ação não muito bem filmadas, misturadas com uma edição cheia de cortes secos, tornam as frenéticas cenas de ação confusas e enjoativas.
O roteiro também peca quando tenta explorar fórmulas do gênero terror, principalmente quando ele trata de equipe. Não existe boa apresentação de personagens, a interação entre eles é fraca e apressada, além de personagens que mudam sua ideologia de uma hora para outra sem nenhuma justificativa. O filme falha em trazer inúmeros flashbacks desnecessários e mal encaixados, tentando criar justificativas para determinadas ações, mas não consegue convencer, tornando-se algo muito forçado e ruim.
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A série de filmes sofreu uma grande mudança do primeiro, que trazia mais terror e mais tensão, para o segundo, que abraçou o perfil de filme de ação e deixou de ser levado a sério.
‘Resident Evil 6: O Capítulo Final’ não traz uma boa história, tem um roteiro pífio, personagens secundários fracos, atuações mais fracas ainda, e não traz um final digno de despedida, deixando brechas para uma futura continuação, algo totalmente negativo para nós. Paul W. S. Anderson e Milla Jovovich se despedem dos fãs com um gosto amargo na boca, e mesmo sendo um filme ruim, o sexto filme da franquia consegue superar anteriores.