7.4/10

Acompanhante Perfeita

Diretor

Drew Hancock

Elenco

Sophie Thatcher, Jack Quaid, Lukas Gage

Roteirista

Drew Hancock

Estúdio

Universal Pictures

Duração

97 minutos

Data de lançamento

06 de fevereiro de 2025

Um fim de semana entre amigos em uma cabana remota se transforma em caos após a revelação de que um dos hóspedes é um robô de companhia.

Em “Acompanhante Perfeita”, o casal Iris (Sophie Thatcher) e Josh (Jack Quaid) parecem apaixonados e devotos um ao outro – Iris um pouco mais que Josh, mas eles se dão perfeitamente bem. Juntos, estão indo passar um final de semana num chalé isolado (como qualquer filme de terror que se preze) que pertence ao namorado rico e mais velho, Sergey (Rupert Friend), de uma das amigas de Josh, a Kat (Megan Suri). Além deles, mais um casal de amigos de Josh está presente, Eli (Harvey Guillén) e seu namorado Patrick (Lukas Gage). É um ambiente novo e causa desconforto em Iris, mas Josh lhe garante que seus amigos são ótimos e vai ficar tudo bem. Mas esse é um filme de terror, então é claro que ele estava errado. 

Essa breve introdução é tudo que você deveria saber sobre o filme antes de assisti-lo. Cheguei ao cinema sem ter visto qualquer coisa além do cartaz e do título e não poderia ter tido uma experiência mais divertida. O primeiro filme de Drew Hancock, que também escreveu o roteiro, se escora fortemente nas reviravoltas para levar a história adiante e, caso você não tenha assistido a nenhum material prévio, essas reviravoltas funcionam muito bem. Embora possa ser comparado com filmes como O Menu e Pisque Duas Vezes, além de um filme da década passada com uma trama praticamente idêntica (mas Acompanhante Perfeita não se leva tão a sério), o clima geral do filme me lembrou Morte. Morte. Morte., um filme de terror com humor cheio de referências às particularidades das novas gerações e que também te dá todos os indícios necessários para que você desvende a história sozinho, mas é bem construído o suficiente para que tudo ainda seja recebido como novidade.

Para além dos plot-twists, “Acompanhante Perfeita” é um filme verdadeiramente divertido. Todo o elenco, bem reduzido, tem seu papel a ser cumprido e o fazem muito bem. Apesar de ser, também, um suspense, o filme é muito mais um terrir, então é essencial que a comédia funcione – e o elenco se encaixa perfeitamente nessa atmosfera que se utiliza do humor para lidar com as situações absurdas que se apresentam a cada esquina e também com as questões mais reais, que fazem parte da nossa sociedade. As críticas, personificadas em Josh e sua visão sobre si mesmo e, principalmente, sobre as mulheres, são bem escancaradas, ainda que pouco aprofundadas, o que até poderia ser um problema se esse fosse outro tipo de filme, mas “Acompanhante Perfeita” é um filme despretensioso, que não tenta ser mais do que 97 minutos de entretenimento e é extremamente eficiente naquilo que se propõe a fazer. 

O terror, além dos toques de ficção-científica, fica por conta das cenas violentas (e Drew Hancock não economiza na violência), carregadas de gore, que trazem o filme para o gênero e escala cada vez mais; é uma camada que conversa muito bem com o restante do filme e, mais uma vez, é sustentada pelo elenco. Esse não é o primeiro homem-menino privilegiado e revoltado que Jack Quaid faz, mas o ator consegue mostrar um novo lado seu mesmo assim, já Sophie Thatcher, que brilha na série Yellowjackets e, recentemente, no filme Herege, prova que merece ser uma atriz a ser observada de perto. O arco de sua personagem pede atuações bem distintas e Sophie Thatcher convence em todas elas. É a mistura de todos esses fatores que traz o resultado positivo de “Acompanhante Perfeita”, fazendo com que seja possível ignorar os pequenos deslizes e se lembrar apenas da sensação geral do filme.

 

Por Júlia Rezende

8.5

Missão cumprida

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