Aumenta Que É Rock’n’Roll
Diretor
Tomas Portella
Elenco
João Vitor Silva, Johnny Massaro, Marina Provenzzano, Ora Figueiredo
Roteirista
L.G. Bayão
Estúdio
H2O
Duração
110 minutos
Data de lançamento
25 de abril de 2024
O novo longa nacional, “Aumenta Que É Rock’n’Roll”, adaptação ficcional do livro “A Onda Maldita – como nasceu a Fluminense FM” de Luiz Antônio Mello, é dirigido por Tomás Portella (Carga máxima) e protagonizado por Johnny Massaro (O Filme da Minha Vida). E chega aos cinemas nesta quinta-feira (25), mergulhando na nostalgia do Brasil dos anos 80.
Ambientada em 1982, o filme conta a história da Rádio Fluminense FM e seu revolucionário programa, a “Maldita”, a primeira rádio Rock do Brasil. A trama gira em torno do radialista Luiz (Johnny Massaro) que, inesperadamente, se vê no comando de uma estação de rádio passando por uma crise financeira. Contando apenas com sua paixão pelo rock’n’roll e com uma equipe muito louca, ele cria uma das rádios mais emblemáticas da história do rock brasileiro, que conquistou muitos ouvintes desde sua criação.
Um dos aspectos mais marcantes do filme é a sua abordagem da cena musical brasileira da época, onde o rock tinha pouco espaço. A Maldita se torna um oásis para bandas nacionais, como Legião Urbana, Blitz e Paralamas do Sucesso, que encontram na rádio uma plataforma para sua música ser ouvida em um cenário dominado por outros gêneros.
Johnny Massaro, entrega um dos seus maiores papéis no cinema. Com uma performance multifacetada como o líder da rádio, ele transita entre momentos de dureza com seu lado metódico e cheio de neuras, e o seu lado divertido e compreensível com os seus colegas de trabalho. O ator revelou durante a coletiva de imprensa do filme, que se inspirou muito nas características reais do radialista Luiz Antônio Mello, que é uma figura singular e uma enciclopédia ambulante quando o assunto é música.
O filme também destaca momentos cruciais para o rock no Brasil, como a influência da Maldita na formação do setlist do primeiro Rock in Rio, demonstrando o poder e a influência da rádio em uma época pré-internet, onde as opiniões e preferências do público eram moldadas pelas ondas do rádio. Além de colocar easter eggs durante o filme, com a presença de grandes nomes do rock nacional em vários momentos do longa, como Cazuza, Renato Russo e Hebert Vianna.
A rádio é também pioneira em só ter locutoras mulheres, algo que foi totalmente inédito. Para o mundo de hoje onde é discutido sobre diversidade e a importância das mulheres ocuparem mais espaços, é relevante destacarem esse fato histórico, que além de mostrar uma ação revolucionária para a época, também inspira e conversa com a nova geração que for assistir ao filme.
Um dos pontos mais fortes e que torna a a narrativa envolvente é a trilha sonora icônica repleta de clássicos do rock nacional que evocam a nostalgia dos anos 80. Canções como “Você Não Soube Me Amar” (Blitz) e “Geração Coca-Cola” (Legião Urbana) transportam o público de volta a uma era de rebeldia e autenticidade musical.
Mas o filme não está isento de críticas, especialmente em relação a subtramas desnecessárias que desviam o foco da narrativa principal. Elementos românticos forçados e personagens fictícios, como toda a história da personagem Alice, que é o interesse amoroso do protagonista, não contribuem significativamente para a trama, sendo que nem essa parte da história do radialista é real e está no filme para criar um dramalhão para o enredo. No fim, essa escolha só atrapalha e acaba diluindo a coesão do filme.
“Aumenta Que É Rock’n’Roll” é uma produção que brilha ao oferecer um olhar autêntico sobre o desenvolvimento do rock no Brasil, preenchendo uma lacuna no cenário cinematográfico nacional. Com um elenco talentoso e uma trilha sonora arrebatadora, o filme é uma celebração do legado da Maldita e do rock’n’roll brasileiro.