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Bridget Jones: Louca pelo Garoto

Diretor

Michael Morris

Gênero

Comédia , Romance

Elenco

Renée Zellweger, Leo Woodall, Chiwetel Ejiofor

Roteirista

Helen Fielding, Dan Mazer e Abi Morgan

Estúdio

Universal Pictures

Duração

124 minutos

Data de lançamento

13 de fevereiro de 2025

Bridget Jones está sozinha novamente após a morte de Mark, criando seus filhos Billy e Mabel com a ajuda de amigos e até mesmo de seu ex-amante, Daniel Cleaver. Pressionada por sua família e colegas a retomar a vida amorosa, ela se aventura nos aplicativos de namoro e logo atrai a atenção de um jovem entusiasmado. Enquanto equilibra trabalho, maternidade e um novo romance, Bridget também precisa lidar com o luto do filho, o julgamento das mães da escola e encontros inesperados com o professor de ciências de Billy.

Bridget Jones é uma das franquias de comédia romântica de maior sucesso. É também uma das mais marcantes dos anos 2000 e já comprovou resistir ao tempo; O Diário de Bridget Jones foi lançado em 2001 e suas sequências em 2004 e 2016. Sempre indecisa em relação aos homens de sua vida, Bridget conquistou o público com suas confusões e jeitinho atrapalhado sempre acompanhado de muito bom humor e uma grande dose de humanidade. O triângulo amoroso, no entanto, que sempre serviu de base para as aventuras de Bridget não têm mais, em 2025, a força que tinha quase 10 anos atrás, mas a franquia se adapta e ainda aproveita a oportunidade para aprofundar sua trama. A essência de Bridget Jones continua a mesma, mas agora ela é mãe de duas crianças e uma viúva. Seu marido, Mark, morreu há alguns anos enquanto cobria uma guerra no Sudão e agora Bridget se vê caminhando em direção à meia-idade da mesma forma que começou seu diário duas décadas atrás: sem ter a mínima ideia do que ela está fazendo. 

Bridget (Renée Zellweger) é indiscutivelmente carismática e relacionável e nada disso mudou. Mesmo agora mais madura e acumulando responsabilidades como mãe solo, Bridget ainda vê o copo meio cheio. Seu filho Billy (Casper Knopf) já é um pré-adolescente e lembra muito seu pai, já a mais nova, Mabel (Mila Jankovic), é a mini cópia de Bridget, os três têm uma relação ótima e é fácil se pegar sorrindo junto com a dinâmica entre eles. A leveza da nova configuração da família é contrabalanceada com o luto. A ausência de Mark é sentida e se transforma num pilar importante da trama, uma vez que Bridget se vê numa posição em que tem que equilibrar sua vida familiar, seus amigos, a vida escolar dos filhos e uma tentativa de uma nova vida social e, quem sabe, amorosa. Não há nada de realmente novo nesse dilema, mas isso não o deixa mesmo divertido. Os antigos amigos de Bridget também estão de volta, cumprindo o mesmo papel de sempre, agora também com a função de incentivar Bridget a voltar a viver como protagonista de sua própria vida e se lembrar de que, apesar dos pesares, ela (ainda) é uma mulher, jovem e com muitas coisas a serem vividas. 

É aí que entra um novo amor, um jovem (bem mais jovem) universitário chamado Roxster (Leo Woodall). Ele é do tipo galã e se encanta por Bridget imediatamente, para sua tremenda surpresa. É por insistência de Roxster que o romance engata e eles vivem momentos dignos de uma comédia romântica, Roxster é apaixonante e torcer pelo casal é involuntário, mesmo com um ou outro indício de que talvez não seja uma história com final feliz garantido. No que diz respeito ao romance, o roteiro opta por seguir os passos do primeiro filme, não com um triângulo propriamente dito, mas com a mesma estrutura. É uma fórmula que deixa claro, desde o começo, qual relacionamento vai dar errado e qual, milagrosa e repentinamente, vai dar certo. Teria sido interessante ver Bridget Jones tomando um rumo verdadeiramente novo e menos óbvio, principalmente para mulheres da mesma idade e que amadureceram junto com Bridget, mas o filme segue pelo caminho menos desafiador.

Os maiores deslizes, no entanto, estão nas cenas cômicas, que parecem ter uma grande dificuldade de acertar o tom e muitas vezes caem num pastelão desnecessário, com situações tão absurdas que tiram completamente a credibilidade da trama. Bridget Jones: Louca pelo Garoto brilha mais nos momentos em que comédia e tristeza andam lado a lado, já que o luto por Mark tem diversos desdobramentos, sobretudo com o filho mais velho de Bridget. É louvável a jornada da personagem, passando pelo romance, profissional, familiar e, principalmente, pessoal, sem deixar de lado o que tornou Bridget Jones o fenômeno que é até hoje, ainda que nada de realmente inédito aconteça.

 

Por Júlia Rezende

7

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