Desejo Proibido
Diretor
Tomasz Mandes
Gênero
Drama
Elenco
Magdalena Boczarska, Simone Susinna, Katarzyna Sawczuk
Roteirista
Tomasz Mandes e Mojca Tirs
Estúdio
Paris Filmes
Duração
120 minutos
Data de lançamento
13 de abril de 2023
A trilogia de “Cinquenta Tons de Cinza” foi um marco na literatura no que diz respeito à expansão do gênero erótico, o sucesso desses livros abriu porta para milhares de novas histórias e franquias. Apesar de nunca ter sido um sucesso de crítica, a trilogia dos filmes arrebatou fãs no mundo inteiro, mas não abriu tantas portas quanto na literatura. Recentemente, a franquia que tentou replicar o sucesso de Cinquenta Tons foi a trilogia polonesa “365 dias”, original da Netflix e também baseada em livros.
Seguindo a temática de cinema erótico, Tomasz Mandes, o cineasta responsável pela trilogia 365 dias, traz como diretor e roteirista uma nova produção polonesa chamada “Desejo Proibido”, um drama erótico com direito a triângulo amoroso com mãe e filha, drama de tribunal, romance, intrigas, paisagens lindas e, é claro, cenas de sexo. É difícil, no entanto, definir exatamente sobre o que se trata o filme, já que nenhuma dessas subtramas – e nem mesmo a trama principal, na verdade – é desenvolvida até uma resolução ou um final minimamente satisfatório.
Temos Olga (Magdalena Boczarska), uma juíza bem sucedida, Maja (Katarzyna Sawczuk) que é sua filha, Maks (Simone Susinna) e seu amigo Kamil (Sebastian Fabijanski) que estão envolvidos em algum problema com a justiça e querem resolver o mais rápido possível para largarem tudo e virem para o Brasil, o porquê é um mistério e muitas outras questões permanecem um mistério. O filme, assim como seus personagens, é feito de fragmentos, cenas desconexas que não parecem seguir qualquer lógica para contar a história proposta.
É perceptível o esforço da direção com o visual do filme, principalmente as cenas de paisagens são bem filmadas e a iluminação funciona a seu favor, mas pouco há para se elogiar além disso. O grande defeito de “Desejo Proibido”, além de todos os outros detalhes, é que ele falha até mesmo na única coisa que promete entregar como gênero erótico. As cenas de cunho sexual são esparsas, não têm uma construção ou o mínimo de história entre os personagens que crie uma antecipação para esses momentos que acabam dando a sensação de aleatoriedade.
A atuação, no geral, é ligeiramente superior aos demais elementos cinematográficos do filme, o que diz muito sobre o resto. Os diálogos, pela maior parte do tempo, são tão frágeis quanto o enredo e impedem que uma história seja contada com fluência do começo ao fim, o que é ainda mais frustrante quando consideramos que o filme tem 2 horas de duração e pouco a se aproveitar nesse tempo.
Por Júlia Rezende