
Drop: Ameaça Anônima
Diretor
Christopher Landon
Gênero
Suspense
Elenco
Megahnn Fary, Brandon Sklenar, Violett Beane
Roteirista
Jillian Jacobs e Chris Roach
Estúdio
Universal Pictures
Duração
95 minutos
Data de lançamento
10 de abril de 2025
Para Violet (Meghann Fahy), ir a um primeiro encontro pela primeira vez desde o fim de um relacionamento traumático e deixar seu filho pequeno em casa com a tia é uma experiência assustadora o suficiente, mas suas definições de “assustador” são atualizadas quando seu celular é invadido por mensagens anônimas no app DigiDrop (uma versão do AirDrop, app da Apple que permite enviar mensagens e arquivos de forma imediata) nos primeiros momentos desse encontro.
Depois de uma sequência que mostra a gravidade do abuso de seu último relacionamento, conhecemos uma Violet que aprendeu a lidar com o seu trauma e ainda o transformar na sua carreira: ela se tornou uma psicóloga especializada em vítimas de abuso. Apesar de ser uma mulher muito mais estruturada no presente, o abuso a deixou ainda mais apegada ao seu filho Toby (Jacob Robinson) e esse laço fez com que Violet se afastasse do mundo do namoro – isso até conhecer o charmoso Henry (Brandon Sklenar) num app de relacionamento, e depois falar com ele por 3 meses, antes de finalmente encontrá-lo pessoalmente. “Drop: Ameaça Anônima” é um filme que sabe usar com agilidade as suas duas únicas locações. Na casa de Violet, Toby fica com sua tia Jen (Violett Beane), mas a maior parte da história se passa no Palate, um restaurante chique que fica num arranha-céu em Chicago. Violet chega no horário, mas Henry avisa que chegará 10 minutos atrasado (não é uma boa primeira impressão, mas ela está disposta a relevar). Nesse meio tempo, Violet conhece algumas figuras no bar: um homem bem apessoado, que parece interessado em Violet, um homem de meia-idade nervoso esperando para ter um primeiro encontro também, o pianista do restaurante e a bartender – todos são relevantes porque, em alguns minutos, se tornam suspeitos em potencial.
Henry parece o homem perfeito, é um fotógrafo, simpático, muito bonito e paciente, mas quando Violet recebe as primeiras mensagens, com memes lhe convidando para “jogar”. Desviando do primeiro clichê de filme de suspense, Violet não tentar esconder a situação do começo, ela logo mostra para Henry o que está acontecendo e ele explica que o DigiDrop tem um raio de alcance de 15 metros, ou seja, quem quer que esteja mandando mensagens, está dentro do restaurante com eles. A direção de Christopher Landon destaca os suspeitos em um jogo de luz interessante, mas o modo como as mensagens de texto aparecem na tela é mais banal. Quando as mensagens passam de inofensivas para ameaçadoras, Violet é obrigada a prestar mais atenção e depois tem que esconder toda a situação de Henry, porque descobre que a pessoa falando com ela mandou um homem para sua casa (ela comprova esse fato checando as imagens da câmera de segurança) e vai matar seu filho – se Violet não matar o seu par durante o encontro primeiro.
A atuação de Meghan Fahy é sólida para o papel da protagonista em agonia, eu só havia visto seu trabalho na segunda temporada de The White Lotus, mas aqui ela apresenta uma faceta completamente diferente, tendo que lidar com o desespero ao mesmo tempo em que tenta manter as aparências. “Drop: Ameaça Anônima” também surpreende com alguns desenvolvimentos que vão para um lugar mais engenhoso e menos repetitivo, o que é louvável; com apenas 90 minutos de duração, o filme não tem enrolação e consegue manter a tensão nos seus dois primeiros atos. Já o terceiro ato foca mais na ação – e para o impossível. Parte do encanto de Drop: Ameaça Anônima depende do quanto você é capaz de aceitar furos de roteiro e situações sem motivações plausíveis. Para mim, alguns desfechos simplesmente enfraqueceram o filme como um todo e banalizaram o que poderia ter sido um suspense mais intenso. Pode-se argumentar, no entanto, que o intuito do filme não é se pautar na realidade e sim elevar ao extremo as possibilidades maléficas da tecnologia – e nesse caso o filme funciona um pouco melhor.
Por Júlia Rezende