Hora do Massacre
Diretor
RKSS
Gênero
Terror
Elenco
Turlough Convery, Benny O. Arthur, Jacqueline Moré
Roteirista
Alberto Marini
Estúdio
Imagem Filmes
Duração
83 minutos
Data de lançamento
18 de julho de 2024
Um grupo de adolescentes ativistas, que protestam usando máscaras e fazendo vídeos na Internet, decide levar suas manifestações a um novo nível. Eles se reúnem numa loja de móveis e utilidades domésticas (uma IKEA lá de fora, ou uma Leroy Merlin nas terras tupiniquins) e armam um esquema para conseguirem ficar dentro da loja após o fechamento. Eles fazem pichações e quebram coisas enquanto filmam tudo para as redes. Poucos sabemos sobre a origem ou personalidade desses jovens, mas também não precisamos saber.
“Hora do Massacre” é um filme de gênero sob qualquer ótica e saber tirar proveito disso. Assim como outros filmes de terror têm feito recentemente, brinca com as características da Geração Z para trazer à tona os elementos e desenvolver um slasher divertido e eficiente. Dirigido pelo coletivo RKSS, é um daqueles terrores em que a história pouco importa, pode soar ruim, mas é preferível um filme que dá pouca importância ao enredo e desenvolve bem os outros aspectos do que os filmes que apostam todas as fichas numa história fraca. “Hora do Massacre”, inclusive, sabe utilizar muito bem os outros elementos narrativos disponíveis para o gênero. Depois que o plano dos jovens dá certo e eles ficam na loja fechada, o terror realmente começa e ele aparece na figura do segurança da noite que nem ao menos deveria estar nesse turno, mas ele vai ver o irmão, que também é o segurança e está trabalhando aquele dia, e recebe más notícias – esse contratempo é o suficiente para despertar em Kevin (Turlough Convery) seus instintos mais animalescos e, quando ele descobre a intenção dos jovens, começa uma verdadeira caçada.
Os diretores têm seu maior acerto ao fazer o cenário trabalhar 100% a seu favor. Os corredores da loja se transformam em labirintos e os móveis, acessórios e etc. em exposição se transformam em armas na guerra de armadilhas entre Kevin e os jovens, e armadilhas bem elaboradas, sabendo traçar uma linha bem nítida entre comédia e terror. “Hora do Massacre” também demonstra bom gosto quando o assunto é violência, por mais que esse seja um pré-requisito para qualquer slasher que se preze – e esteja presente aqui – ele não é usado com exagero, como uma forma de te distrair de todo o resto. Além disso, apesar dos personagens não serem mais detalhadamente desenvolvidos, as atuações também são consistentes, principalmente Turlough Convery, que tem ótimos momentos e convence como um assassino raivoso sempre que tem seus close-ups.
“Hora do Massacre” é um filme sólido, seguro do que quer dizer e do que quer mostrar – e o faz muito bem. Evidencia sua criatividade invertendo algumas convenções, como o fato de que, normalmente, num filme slasher quem usa máscara é o assassino, mas aqui são as vítimas e também não cai em clichês para chegar a seu clímax. Sem tentar ser mais do que é e ainda garantindo um entretenimento de qualidade, se torna uma boa opção para os fãs de terror.
Por Júlia Rezende