5.8/10

Imaculada

Diretor

Michael Mohan

Gênero

Terror

Elenco

Sydney Sweeney, Álvaro Morte, Simona Tabasco

Roteirista

Andrew Lobel

Estúdio

Neon

Duração

89 minutos

Data de lançamento

30 de maio de 2024

Cecilia, uma jovem religiosa, se torna freira em um convento isolado na região rural italiana. Após uma gravidez misteriosa, Cecilia é atormentada por forças perversas, enquanto confronta segredos sombrios e horrores do convento.

Sydney Sweeney é um dos nomes mais propensos a ser encontrado numa lista de estrelas mais requisitadas por Hollywood nesses últimos anos e a atriz já tinha mostrado diversas facetas, desde interpretações mais vulneráveis como sua personagem em Euphoria ou um lado mais cômico em Todos Menos Você (passando por outros papéis memoráveis, como em The White Lotus e o filme Reality), mas “Imaculada” vem para suprir um papel que faltava em seu portfólio até agora: uma scream queen; e ela vem em forma de uma freira com ar de ingenuidade e inocência, mas que chama a atenção dos homens por sua aparência. Sidney Sweeney, que já falou do assunto algumas vezes, tem com o que se identificar, já que há muito tempo é obrigada a enfrentar comentários nada apropriados por sua aparência.

Esse tema, inclusive, vai ao encontro da temática geral do filme, que lida com a história de uma freira que deve lutar para assumir algum tipo de controle sobre seu próprio corpo depois que descobre estar grávida e a Igreja Católica decide que ela é algum tipo de Maria 2.0 e, portanto, um produto para divulgação de sua fé. Cecília (Sydney Sweeney) é uma jovem que sobreviveu a um acidente quando pequena e por causa desse “milagre”, dedica sua vida à religião desde então. Ela era de uma cidade pequena dos Estados Unidos, mas quando sua paróquia é fechada, recebe o convite de um padre para fazer parte de um convento numa cidade da Itália. Conventos de cidades pequenas já têm o potencial para cenário de terror normalmente, aqui é ainda pior porque se trata de um convento que também faz as vezes de um asilo/centro de cuidados paliativos para freiras que estão perto de “fazer a passagem”. Esses são os primeiros elementos clássicos de terror que “Imaculada” apresenta.

Quando a inocente Cecília aparece grávida sem nunca ter tido relações sexuais em sua vida, os superiores entendem o fato como um milagre e acreditam que um novo Jesus está a caminho, através de Cecília, e a partir daí, ela não tem mais paz. Essa autonomia sobre seu próprio corpo, que lhe é tirada pela Igreja, é o tema central da trama e é o que gera as situações assustadoras a que Cecilia é submetida cena após cena, várias delas sobrenaturais. Freiras, religião, conventos, milagres, não são itens exatamente originais quando falamos de filmes de terror, assim como “Imaculada” como um todo. A melhor maneira de definir “Imaculada” é como um filme que preencheu todos os requisitos de como se fazer um filme de terror, mas parou aí, sem alcançar ou ao menos almejar por algo a mais. As cenas de susto, famosos jump scares, funcionam, a ambientação sombria, com o mistério e o suspense no ar, também está de acordo. A fotografia consegue ter um pouco mais de destaque, alguns planos são genuinamente bonitos e instigantes, o restante continua sendo apenas adequado. 

Como esperado, o que dá ao filme toda sua força e o salva definitivamente de um possível ostracismo é justamente Sidney Sweeney, que segue se provando uma atriz à altura de sua fama. Sua evolução, de uma jovem infinitamente obediente para uma mulher disposta a defender a si mesma e seu corpo e tomar decisões difíceis, é muito prazerosa de se assistir. Seus olhos expressivos se tornam ainda mais um artifício incomparável de sua atuação e sua entrega, sobretudo na cena final, é louvável ao ponto de, sozinha, te fazer sair do cinema com a sensação satisfatória de que você assistiu a um bom filme, ainda que o restante não instigue, necessariamente, esse mesmo entusiasmo.

 

Por Júlia Rezende

7

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