Império da Luz
Diretor
Sam Mendes
Elenco
Olivia Colman, Micheal Ward, Colin Firth
Roteirista
Sam Mendes
Estúdio
Searchlight Pictures
Duração
115 minutos
Data de lançamento
26 de abril de 2023
Escrito e dirigido por Sam Mendes (‘1917’ e ‘Skyfall’), o romance dramático “Império da Luz”, chega ao streaming Star+ nesta quarta-feira, dia 26 de abril. O filme é protagonizado por Olivia Colman e Michael Ward, além da participação do grande ator Colin Firth.
O longa conta a história de Hilary (Olivia Colman), que trabalha como gerente em um cinema bem tradicional situado em uma cidade litorânea inglesa no início dos anos 1980. Seu cotidiano é impactado com a chegada do novo funcionário Stephen (Micheal Ward), com quem ela cria uma conexão forte.
“Império da Luz” é uma carta de amor de Sam Mendes para o cinema. É interessante que o diretor utiliza o ambiente de comercialização de filmes mostrando o funcionamento da venda de ingressos, o horário das sessões, a venda de pipoca, e até como é feita o manuseio dos rolos de filmes.
Além disso, o longa também foca nas relações humanas ao construir o romance entre Hilary, uma mulher branca de meia idade, e Stephen, um jovem negro. Com essa conexão entre os personagens desencadeia algumas discussões, como a maturidade, racismo e saúde mental.
O roteiro consegue abordar essa questões durante o primeiro ato, onde situações sutis acontecem entre eles, que ajuda a construir a ideia de apresentar essas temáticas sociais. Mas percebe-se um problema narrativo do meio ao final do filme que tenta agarrar todas essas situações e não consegue se aprofundar em nada.
A personagem Hilary é o centro que conecta todas essas ideias que o longa quer abordar, mas é problemático como a própria história da protagonista fica ofuscada e pouco explorada, principalmente sobre sua saúde mental que não é aprofundada e suas crises naturalizadas erroneamente pelo enredo.
O filme acerta na escolha de elenco que tem uma grande química. Sendo mais uma prova de como Sam Mendes sabe dirigir seus atores e fazê-los dominarem toda a composição da cena.
A atriz Olivia Colman entrega uma personagem cheia de camadas, criando mistério e potência em suas ações. Ela brilha, principalmente, em momentos dramáticos que hipnotizam qualquer espectador.
O olhar do diretor de fotografia, Roger Deakins, é outro acerto do filme. A junção estética das cores, a escolha dos planos e ângulos dão o tom sensível e forte que a narrativa necessita.
Por fim, o diretor Sam Mendes entrega um filme bonito, mas que carrega problemas de roteiro. Ele tenta abordar diversos assuntos relevantes para o momento atual, mas se perde em não decidir qual caminho seguir, dando a impressão que seu objetivo era criar um “filme da moda”, para conseguir mais visibilidade nos festivais e premiações cinematográficas.
Por conta disso, o diretor desperdiça seu potencial e seu grande elenco ao entregar um projeto mediano e que está longe de superar suas produções anteriores que tinham muito mais identidade.