Jogos Mortais X

Dirigido por Kevin Greutert, “Jogos Mortais X” é o décimo filme da franquia de terror. O novo longa chega aos cinemas na próxima quinta-feira, dia 28. O longa traz o retorno de Tobin Bell no papel de John Kramer, o Jigsaw. Neste capítulo, Kramer embarca em uma jornada até o México, em busca de uma cura milagrosa para seu câncer, adicionando uma nova camada à sua complexa história.

Greutert já é familiar na franquia, pois dirigiu “Jogos Mortais 6” (2009) e “Jogos Mortais: O Final” (2010), a escolha de sua volta tem como estratégia reviver o padrão dos primeiros filmes com uma mente que entenda a temática do projeto, o que aparenta ter sido um acerto da produção.

O filme está dividido em dois atos bem distintos. O primeiro ato se concentra no drama, mostrando um Kramer temeroso da morte devido a um câncer terminal, e até mais ingênuo quando acredita na possibilidade de uma clínica secreta te proporcionar a cura da doença. Nesta primeira parte, temos um maior aprofundamento sobre o protagonista da franquia, algo que ainda tinha sido pouco explorado, o que ajuda a dar um respiro para as saturadas cenas de horror.

Já o segundo ato retorna ao padrão da franquia, com um grupo de pessoas enfrentando armadilhas angustiantes criadas por Kramer. Os novos desafios vão agradar os fãs de cenas gore. O filme está entrega a sua dose de carnificina sangrenta, o que por sinal está muito bem executada, com uma maquiagem, efeitos práticos e de som, trazem muito realismo e consegue perturbar quem assiste.

O longa busca humanizar Kramer, mostrando-o como um homem fragilizado, amoroso e grato às pessoas que o “ajudaram”, nesta questão é interessante ver como o ator Tobin Bell carrega um forte domínio do personagem, criando camadas para a complexidade de sua mente e suas escolhas. E claro, o filme continua a retratá-lo como um justiceiro que só pune pessoas más, colocando até outra personagem com a mente ainda mais doentia. Mas lembrando que nada justifica seus atos de assassinato, mesmo com a passada de pano do roteiro.

No entanto, “Jogos Mortais X” não consegue escapar de algumas de suas limitações. A narrativa não traz nada verdadeiramente novo, deixando-o aquém do impacto do primeiro longa de 2004 dirigido por James Wan, que neste novo filme se encontra na produção executiva. Além disso, o uso excessivo de flashbacks parece subestimar a capacidade do espectador de lembrar detalhes, explicando até as metáforas que Kramer adora fazer. Principalmente o final, que chega a ser meio sem sentido, utilizando uma estética de “final feliz” de filme de sessão da tarde, fica até meio engraçado pelo fato de ele ter matado várias pessoas horas antes.

Em resumo, é um filme que embora não traga inovações, oferece uma história mais dramática em comparação aos filmes anteriores. Agradará aos fãs da franquia, especialmente aqueles que gostam do vilão, pois existe um estudo de personagem muito mais aprofundado, mas claro, sem esquecer das cenas sangrentas, que é o elemento que define a franquia.