6.9/10

Longlegs – Vínculo Mortal

Diretor

Osgood Perkins

Gênero

Suspense , Terror

Elenco

Maika Monroe, Nicolas Cage, Blair Underwood

Roteirista

Osgood Perkins

Estúdio

Neon

Duração

101 minutos

Data de lançamento

29 de agosto de 2024

No terror LONGLEGS - VÍNCULO MORTAL, a agente do FBI Lee Harker (Maika Monroe) é designada para um caso envolvendo um serial killer impiedoso que se autointitula Longlegs (Nicolas Cage). O assassino costuma deixar pistas com símbolos nas cenas do crime que apenas a agente é capaz de decifrar. A investigação toma rumos inesperados, enquanto Harker descobre uma conexão macabra com o assassino.

O ano de 2024 não tem sido particularmente bom quando o assunto é filmes de terror e dizer que Longlegs – Vínculo Mortal é o melhor filme de terror do ano é uma prova disso: é realmente o melhor filme de terror do ano, mas também está longe de ser um filme perfeito, apesar de todas suas boas ideias. Longlegs foi vendido pelo marketing como um filme de serial killer, e o serial killer, no caso, é vivido por Nicolas Cage. A figura de Nicolas Cage como grande vilão é o elemento mais bem trabalhado no filme e o talento do ator se faz presente a todo momento e de um modo como nunca vimos antes. O protagonismo, no entanto, fica por conta da detetive Lee Harker (Maika Monroe) que faz o jogo de rato e gato na tentativa de parar o perigoso assassino.

A primeira parte de Longlegs – Vínculo Mortal chega muito perto da perfeição. A cena de abertura já é uma boa prévia do clima que permeia o filme todo: uma menina brinca sozinha nos arredores de uma casa isolada quando é abordada por uma figura sinistra, mas não vemos essa figura logo de cara, Osgood Perkins, o diretor, é sagaz com seus enquadramentos e, a princípio, vemos o homem apenas do pescoço para baixo, como o ponto de vista da criança e logo depois, quando vemos sua face, é apenas um lampejo. Essa cena é do passado, filmado em 16mm como uma gravação antiga e depois somos levados ao tempo presente da narrativa, a década de 90. Em “Longlegs” nenhuma escolha é em vão, desde a introdução do vilão à temática das mortes, a década de 90 é a ambientação perfeita para a história, inclusive as referências mais evidentes da direção, O Silêncio dos Inocentes e Se7en – Os Sete Crimes Capitais, também se passam nessa década. 

Lee é uma agente solitária e misteriosa, desdenhada pelos colegas apesar de ser extremamente inteligente, mas o seu faro impressionante para resolver casos chama a atenção dos seus superiores no FBI. Ela não se abre com seus colegas de trabalho e muito menos com os espectadores, o que sabemos dela vai aparecendo aos poucos, quase sempre com curtos flashbacks. O suspense a respeito do passado e personalidade de Lee é apenas um dos mistérios do filme e que ajudam na composição do terror psicológico. Cada cena é cuidadosamente enquadrada e filmada para que a tensão aumente a cada segundo, deixando que a expectativa substitua os clássicos jumpscares. Outra coisa que faz desse um terror aterrorizante é algo que a grande maioria dos filmes do gênero ainda não entendeu: menos, quase sempre, é mais. As imagens realmente impactantes, como até mesmo a aparência do personagem de Nicolas Cage, são bem dosadas, exploradas de forma sugestiva e não expositiva, tudo isso contribui para uma ambientação assustadora e tensa.

“Longlegs – Vínculo Mortal” é cheio de boas ideias, os clichês são ressignificados e o roteiro até o terceiro ato traça uma história extremamente intrigante e promissora. O problema é a conclusão de todos os mistérios levantados até o momento. Sem dar spoilers, o filme não é como o que foi vendido nos materiais relacionados e a solução para o caso aparece de repente, como num passe de mágica e vai contra muito do que já havia sido estabelecido até o momento. Isso não diminui o êxito do filme como um bom terror psicológico e sua ótima construção de atmosfera e ambientação, mas o filme perde um pouco de sua força com a falta de uma resolução plausível que pudesse realmente ligar os pontos. “Longlegs – Vínculo Mortal” é o melhor terror do ano, mas talvez só por não ter tido grandes oponentes.

 

Por Júlia Rezende

8

Missão cumprida

pt_BR