6.4/10

Meu Malvado Favorito 4

Diretor

Chris Renaud e Patrick Delage

Gênero

Animação

Elenco

Leandro Hassum, Maria Clara Gueiros

Roteirista

Ken Daurio e Mike White

Estúdio

Universal Pictures

Duração

95 minutos

Data de lançamento

03 de julho de 2024

Gru, Lucy, Margo, Edith e Agnes dão as boas-vindas a um novo membro da família, Gru Jr., que tem a intenção de atormentar seu pai. Gru enfrenta um novo nêmesis, Maxime Le Mal e sua namorada Valentina, e a família é forçada a fugir.

Em 2010 os cinemas foram invadidos por criaturinhas amarelas que não falam coisa com coisa  e se divertem pregando peças uns nos outros, eles começaram como coadjuvantes da história de três irmãs à procura de uma família que esbarram num super vilão excêntrico, o Gru. Já no primeiro filme descobrimos que de vilão ele tinha apenas a carcaça e Gru e as meninas – e os infinitos minions – formam uma nova família. Com o passar do tempo, foi ficando cada vez mais óbvio que os minions eram a força motriz desse universo, tanto que ganharam dois filmes só deles. Agora, 14 anos e alguns (vários) filmes depois, a franquia chega em Meu Malvado Favorito 4, Gru aumentou a família com sua namorada Lucy e seu novo bebê Junior e, mais uma vez, o filme é salvo pelos minions e suas besteiras que nunca cansam.

Seguindo o clima família presente em todos os filmes, Gru e Lucy são as figuras paternas de Agnes, Edith e Margo, com quem levam uma vida normal – tirando o trabalho na liga anti-vilões – e se adaptam à nova rotina com o pequeno Junior, mas quando um novo vilão, diretamente do passado de Gru, aparece e ameaça a família, Gru opta pela segurança e coloca todos num programa de proteção da Liga Anti-vilões, obrigando todos a assumir novas identidades e um novo endereço. Nesse contexto, a maioria dos minions é mandada para a sede da Liga, onde 4 deles participam de um experimento que lhes dão superpoderes (com referências ao Quarteto Fantástico) e Gru e família vão para uma nova vizinhança onde conhecem os esnobes vizinhos e sua filha Patsy, que secretamente sonha em se tornar uma vilã. No meio tempo, Maxime Le Mal segue com seus planos vilanescos que envolvem baratas. 

São diversas tramas acontecendo ao mesmo tempo, elas fazem sentido dentro de suas limitações, mas esse sentido se perde quando consideramos o quadro geral. Sobre o que é Meu Malvado Favorito 4? É sobre família, isso é evidente, mas tentar entender seu enredo com um pouco mais de profundidade é muito mais difícil. Essas sub-tramas têm aspecto de episódios de séries infantis, que conta uma história por vez sem que estejam conectadas umas com as outras. A desavença de Gru com os vizinhos não leva a nada além de uma sequência de jogo de tênis (alô, Rivais) que só é engraçada por conta da presença dos minions. A saga dos Mega Minions (os minions que ganharam superpoderes) acontece completamente avulsa em relação ao resto da história, podendo até mesmo ser um daqueles curta-metragens que muitas vezes passam antes do longa nos cinemas. Margo, Agnes e Edith são completamente esquecidas nesse filme de forma desastrosa, sendo substituídas pela vizinha Patsy sem qualquer motivo aparente. Até mesmo o grande vilão não tem um grande plano para a humanidade, seu único objetivo é atrapalhar a vida de Gru, como fazia quando estavam na escola. 

“Meu Malvado Favorito 4” pouco faz recuperar a sensação deixada pelo primeiro – e excelente – filme da franquia e a originalidade dá mais espaço ao genérico, como geralmente acontece com franquias que chegam tão longe. O que impede que Meu Malvado Favorito 4 seja obsoleto não é nenhuma novidade: os minions. Eles podem funcionar mais como coadjuvantes do que como protagonistas (como Minions e Minions 2 comprovaram), mas são o plano de fundo perfeito para qualquer situação, especialmente no universo criado para Meu Malvado Favorito, em que a “vilania” é relativa e os minions podem fazer as brincadeiras que fazem sem se preocupar com qualquer tipo de “cancelamento”. Tantos filmes depois, esses bichinhos amarelos continuam roubando a cena e fazendo rir sem dizer uma frase sequer e, sozinhos, salvam um filme que poderia ser apenas mais um.

 

Por Júlia Rezende

7

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