Patrulha Canina: Um Filme Superpoderoso
Diretor
Cal Brunker
Gênero
Animação
Elenco
Roteirista
Cal Brunker, Bob Barlen e Shane Morris
Estúdio
Paramount Pictures
Duração
88 minutos
Data de lançamento
05 de outubro de 2023
Existem filmes que são para a família toda, existem filmes para adultos e existem filmes para crianças. Patrulha Canina: Um Filme Superpoderoso, assim como o primeiro filme e a série, está na última categoria. Por ter um afilhado de 6 anos, eu estou mais por dentro de todos os assuntos “Patrulha Canina” do que eu gostaria, e o levei ao filme comigo para ter uma opinião do público-alvo e ele, que acompanha os filhotes há anos, gostou muito do filme. Nesse caso, a opinião dele certamente vale mais do que a minha, mas considerando tudo que já assisti da animação, o filme é uma opção sólida não só para os fãs de Ryder e seus amigos, mas também para começar a acostumar crianças e criar o hábito de ir aos cinemas.
O primeiro ponto positivo de Patrulha Canina: Um Filme Superpoderoso, é que ele é estruturado realmente como um filme, e não como um longo episódio de 1h30, por mais que todos os elementos (essenciais) do desenho estejam presentes. O Ryder e os sete filhotes, cada um com uma “função”, são responsáveis por, bem, tudo na Cidade da Aventura e quando eu digo “tudo”, é tudo mesmo, eles são polícia, bombeiro, ambulância, qualquer necessidade dos habitantes da cidade pode ser resolvida pela Patrulha Canina, é especialmente engraçado quando um casal está trancado num trailer prestes a ser destruído e quando pegam o telefone, em vez de chamar a polícia, ligam imediatamente para cachorros. Engraçado para os mais velhos, absolutamente normal para as crianças.
Depois de já terem feito praticamente tudo, incluindo lidar com dinossauros, os filhotes novamente tem superpoderes, agora por conta de uns cristais que caem de um meteoro – um para cada filhote – e enfatiza alguma característica que já é própria deles. E eles têm que usar esses superpoderes para enfrentar a mais nova vilã (não é o Prefeito dessa vez, mas ele ainda faz uma participaçãozinha) Victoria Vance, uma cientista maluca que insiste não ser maluca, mas é, inevitavelmente, uma cientista maluca que tem como plano atrair uma chuva de meteoros para a Cidade da Aventura, e impedi-la é um trabalho, obviamente, para a Patrulha Canina.
No processo, a história segue com seus já tradicionais ensinamentos, que são surpreendente positivos e didáticos na explicação. Embora possa parecer simples ou clichê demais para qualquer um com mais de 10 anos de idade, o filme leva em consideração as crianças, o modo como pensam e como retêm ideias e lições. O Ryder, que é uma criança e não um adulto, está sempre falando sobre o trabalho em equipe e reforçando a importância de cada um dos filhotes, independente de suas limitações. No primeiro filme o papel de destaque foi para o Chase, um dos filhotes preferidos da criançada, mas aqui os holofotes estão sobre a Skye, uma decisão acertada. Skye tem inseguranças que carrega desde que era uma filhote (ainda) menor, ela não foi adotada e ficou em perigo, sozinha, antes de ser acolhida por Ryder e agora, ainda se sente insegura por não crescer na mesma velocidade que os outros filhotes e a trajetória dela durante o filme traz uma mensagem de superação, mas também de paciência e de autoapreciação, simplificados para as mentes mais infantis, é claro, mas ainda estão lá, e a filhote chega a ter um momento mais dramático perto do final.
Além do arco emocional, é divertido ver a direção de Cal Brunker se aventurar nas cenas de ação, como numa cena de perseguição de carro, mais parecida com filmes live-action do que se espera de uma animação infantil, mas ainda inocente o bastante para não passar do ponto. A diversidade dos personagens também é louvável, dentre os habitantes de Cidade Aventura e a vilã, é possível observar corpos de todas as formas e todas as cores, de forma muito natural, como deve ser. Patrulha Canina: Um Filme Superpoderoso pode não ser um filme para todos (e certamente não é), mas é um bom filme para as crianças e, nesse caso, isso é tudo que importa. Não é à toa que as crianças se identificam com os personagens e que os pais ainda vão gastar ainda mais dinheiro com produtos licenciados.