7,7/10

Suzume

Diretor

Makoto Shinkai

Gênero

Animação

Elenco

Nanoka Hara, Hokuto Matsumura, Eri Fukatsu

Roteirista

Makoto Shinkai

Estúdio

Columbia Tristar

Duração

120 minutos

Data de lançamento

13 de abril de 2023

Uma história moderna de ação e aventura onde uma garota de 17 anos chamada Suzume ajuda um jovem misterioso a fechar as portas do outro lado que estão causando desastres por todo o Japão.

O diretor japonês Makoto Shinkai (Your Name, O Tempo com Você) volta às telonas com sua nova animação, “Suzume”, que estreou quinta-feira (13) nos cinemas brasileiros. O filme traz toda a identidade de Shinkai com uma história que aborda amor, luto e o poder das memórias, além de entregar mais um espetáculo visual.

Na história acompanhamos a jornada da jovem Suzume, que vive em uma pacata cidade em Kyushu, no sudoeste do Japão. Em mais um dia a caminho da escola, ela acaba conhecendo uma belo estranho chamado Souta, que desperta sua curiosidade a respeito das ruínas que ficam nas montanhas da cidade.

Lá ela encontra uma porta que mostra um mundo belo e magnífico do outro lado, mas que a protagonista é incapaz de atravessar. Nesse processo, inadvertidamente ela acaba liberando o totem que impedia que algo terrível escapasse desse lugar. E é nesse momento que o caminho de Souta e Suzume se entrelaçam, onde os dois entram na missão de fechar as portas que estão causando desastres por todo o Japão.

O cinema de Makoto Shinkai vem chamando atenção desde 2016 quando lançou a animação “Your Name”, que conquistou público e crítica se tornando o anime de maior bilheteria da história. Ele ganhou fama por trazer muita identidade em suas produções que incluem uma narrativa centrada em elementos fantásticos que envolvem o tempo, memórias e uma história de amor, e claro, a estética visual que já virou sua marca registrada.

“Suzume” é mais uma prova de como o diretor consegue se superar a cada produção e mostrar seu domínio artistíco. Como em seus filmes anteriores, “Your Name” e “O Tempo com Você”, a temática do amor juvenil e a relação com o tempo é mais uma vez explorado. Mas percebe-se que o novo longa constrói uma narrativa que busca o amadurecimento dos personagens sobre os seus traumas, além de criar uma belíssima reflexão sobre o luto.

A metáfora do luto é feita através dos lugares abandonados, que carregam as memórias de todos o momentos ocorridos naquele lugar. Eles precisam trancar as portas com uma chave para impedir que um verme gigante destrua o mundo.

Para que a fechadura apareça é preciso escutar as vozes/memórias que esse lugar carrega, entender que da perda não vem só a dor, é necessário reconhecer e aceitar a perda, para poder superá-la. Além disso, é possível discutir que passar por esse processo de superação é muito mais fácil com pessoas que você ama por perto.

Pode-se interpretar também o verme como uma manifestação do rancor e sentimentos negativos que as pessoas guardam dentro de si, que podem ser liberadas de maneira explosiva e dolorosa, como por exemplo, na cena em que Suzume e sua tia expõe todos os ressentimentos guardados uma da outra.

Apesar do tema sério, o filme tem piadas com ótimo timing, que foram adaptadas magistralmente pela equipe de dublagem brasileira, o que criou um equilíbrio na trama. São vários os momentos divertidos e cativantes que prendem a atenção do público durante as duas horas de filme.

A animação é poesia pura. A narrativa impactante, o trabalho incrível de sonoridade e os cenários com cores e movimentos espetaculares, criam uma experiência audiovisual, algo que é fora da curva nas produções de animação recentes, mostrando como é importante criar uma identidade cinematográfica como faz Makoto Shinkai.

Por Isabella Jarrusso

10

Missão cumprida

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