6.7/10

Transformers: O Despertar das Feras

Diretor

Steven Caple Jr.

Gênero

Ação

Elenco

Anthony Ramos, Dominique Fishback, Luna Lauren Velez

Roteirista

Joby Harold, Darnell Metayer e Josh Peters

Estúdio

Paramount Pictures

Duração

127 minutos

Data de lançamento

08 de junho de 2023

Uma nova ameaça capaz de destruir todo o planeta surge fazendo com que Optimus Prime e os Autobots se unam a uma poderosa facção de Transformers conhecida como Maximals para salvar a Terra.

A franquia Transformers já existe no cinema há mais de 15 anos. O primeiro filme, lançado em 2007, introduziu os autobots na Terra e desde então já foram mais 4 filmes seguindo a história original, um spin-off sobre a história do Bumblebee nos anos 80 e agora Transformers: O Despertar das Feras, que volta ao passado para contar mais um capítulo da história de luta dos autobots para sobrevivência. Transformers nunca foi um sucesso de crítica, mas certamente conquistou sua legião de fãs que consomem e apoiam o conteúdo a cada novo passo. De todas essas produções, apenas duas não foram dirigidas por Michael Bay: Bumblebee e o novo Despertar das Feras, coincidência ou não, esses também são os filmes mais agradáveis de toda a franquia – com Bumblebee ainda em primeiro lugar no pódio.

Ambientado nos anos 90, Transformers: O Despertar das Feras foca na relação entre o autobot Mirage e Noah Diaz (Anthony Ramos), um jovem sem muitos recursos financeiros e que se sente na obrigação de cuidar de sua família, principalmente por conta das dívidas hospitalares acumuladas pela doença de seu irmão mais novo. Noah tem talento para tecnologia, mas por “algum motivo” (o filme é discreto para mostrar o preconceito que ele sofre por ser latino, mas está lá), todas suas entrevistas dão errado e, com as dívidas aumentando, ele acaba aceitando a proposta de um colega do bairro para roubar um carro. Mas em Transformers, um carro quase nunca é só um carro e logo ele se vê sendo dirigido ao invés de dirigir o carro que ele acaba descobrindo ser Mirage e, como se descobrir que carros robôs existem não fosse o suficiente, ele ainda se vê no meio de uma luta entre autobots e decepticons, com a ajuda dos maximals (uma espécie descendentes e admiradores dos autobots).

O Despertar das Feras é um filme conciso e que entrega o que promete com sucesso. Um filme sobre carros robôs não pode ser muita coisa além de divertido, e isso, aqui, é garantido. O humor é mais puxado por Mirage, com piadas que nem sempre são engraçadas, mas até essa comédia mais boba faz parte da composição do personagem e não fica por fora da narrativa. As cenas de ação – parte crucial da trama – estão melhores do que a maioria dos filmes anteriores. Michael Bay é o tipo de diretor que você ama ou odeia, principalmente quando falamos de cenas de luta – ele é um fã dos cortes e da velocidade, onde tudo acontece ao mesmo tempo num ritmo frenético. Steven Caple Jr. prefere os detalhes, mostrando o que está acontecendo e te levando junto de cada movimento, é uma mudança bem-vinda e colabora para o andamento consistente do filme.

O enredo continua sendo tão absurdo quanto Transformers sempre foi, com a tendência de sempre aumentar e expandir para fazer caber mais filmes dentro da saga (um novo filme já está confirmado para 2024 e as cenas finais de Despertar das Feras promete grandes coisas para o futuro da franquia) e nem tudo convence. O filme ganha pontos quando aposta na relação de amizade construída e desenvolvida entre Noah e Mirage, dois personagens extremamente carismáticos cujas personalidades se equilibram e combinam bem, mas o filme erra quando só demonstra esforço nesses dois personagens e se esquece dos outros. Dominique Fishback é uma atriz fenomenal, mas seu talento é desperdiçado em Elena Wallace, que parece sempre uma peça avulsa na narrativa, estando lá apenas para preencher lacunas.

Quando se trata de uma franquia longínqua como essa e sem perspectiva de acabar num futuro próximo, capítulos como esse são um bom respiro para sua continuidade. A nostalgia permanece presente, personagens queridos aparecem, conceitos antigos são relembrados e explorados na esperança de manter vivo o interesse na história desses robôs – e isso, o filme consegue fazer.

 

Por Júlia Rezende

8

Missão cumprida

pt_BR