6.8/10

Twisters

Diretor

Lee Isaac Chung

Gênero

Ação

Elenco

Daisy Edgar-Jones, Glenn Powell, Anthony Ramos

Roteirista

Mark L. Smith

Estúdio

Warner Bros. Pictures

Duração

117 minutos

Data de lançamento

11 de julho de 2024

Kate (Daisy Edgar-Jones) foi uma caçadora de tempestades, mas uma experiência traumática a mantém afastada da atividade. Hoje, ela estuda os padrões do fenômeno na segurança de um escritório em Nova York. Estimulada por um amigo, ela topa voltar ao campo para testar um equipamento revolucionário. É quando ela conhece Tyler (Glen Powell), um insano caçador de tornados, famoso nas redes sociais por desafiar o medo. Agora, as duas equipes vão encarar algo nunca visto, na medida em que mais de uma tempestade converge para um mesmo destino e suas vidas estarão em perigo.

A quantidade excessiva de reboots/remakes nos últimos anos tem o poder de nos deixar com pé atrás quando uma nova obra desse tipo é lançada, principalmente quando estamos tratando de clássicos. Twister, o filme de caçadores de tornados, lançado em 1996 é um desses clássicos, muito bem recebido pela crítica e pelo público (e pela Sessão da Tarde), é um bom filme de ação, com efeitos práticos impressionantes, principalmente para a época, e uma história de amor cativante. Quase três décadas depois, chega aos cinemas Twisters, um filme de Lee Isaac Chung (Minari) que não é nem um reboot, nem uma sequência, nem um remake do original, mas alguma coisa no meio dessas opções. Tendo a seu favor um tema impossível de ser deixado para trás, uma leve mudança no porquê de um grupo querer se colocar no meio de um tornado é o suficiente para trazer o filme para os dias atuais – e não deixar o clássico envelhecer. No final, o que mais importa está lá: a sensação angustiante de assistir pessoas fugindo (ou correndo em direção) de um fenômeno natural aterrorizante. 

Para convencer como filme nessa década, Twisters toma logo de cara duas decisões acertadas; a primeira é seu elenco, com grandes atuações até para os menores papéis e o núcleo principal encabeçado por Daisy Edgar-Jones, Anthony Ramos e o requisitadíssimo Glenn Powell, em mais um papel que exige todo o seu charme e carisma. A outra escolha acertada foi a de abrir com uma cena carregada de adrenalina e emoção – e conseguir manter essa energia pelo restante do filme. Quem tem uma grande conexão com os tornados em Twisters é Kate Cooper (Daisy Edgar-Jones), que caçava os fenômenos em Oklahoma, sua terra natal, com seu grupo da faculdade de meteorologia, mas deixou isso de lado para focar na carreira dentro do escritório depois de passar por um grande trauma, mas 5 anos depois do ocorrido, é procurada em Nova York por um velho amigo, Javi (Anthony Ramos), que ainda faz trabalho de campo e precisa do conhecimento de Kate para alcançar seu novo objetivo: um jeito de usar a ciência para “diluir” tornados ativos. Ele tem o financiamento da empresa em que trabalha e todo o aparato necessário para fazer isso acontecer e isso é suficiente para convencer Kate a voltar a Oklahoma e encarar seus medos. 

Uma vez em Oklahoma, Kate se atualiza em relação aos cenário atual de “caça tornados” e assim conhece Tyler e sua turma, auto-intitulados “laçadores de tornados”, eles são youtubers famosos cujo único objetivo aparente é se aventurar desafiando as leis da física, se enfiando no meio de tornados sem qualquer intuito científico – apenas pelos “likes”. Eles são famosos e, consequentemente, Tyler tem um ego maior que os tornados que ele caça – ego esse constantemente alimentado pelos seus colegas. A rivalidade entre a equipe de cowboys do Tyler e da equipe corporativa de Javi é latente, assim como a tensão entre ele e Kate. Se Twisters peca em alguma coisa, é na superficialidade dessas relações. As primeiras interações entre os personagens, assim como os paralelos que podemos traçar com o filme de 1996, já deixam claro o rumo que eles irão tomar. O fato de que todos os três são ótimos e encantadores atores ajuda a disfarçar alguns exageros em relação ao desenvolvimento das personalidades de seus personagens. 

O exagero nos personagens, no entanto, não se repete no que diz respeito às cenas de ação – ainda bem! Apesar do CGI constante e perceptível, Twisters ainda consegue manter o que o primeiro fez lá em 1996, deixar os tornados aterrorizantes sem precisar apelar para exageros absurdos. Tornados podem ser (e são) aterrorizantes por si só, e a direção de Lee Isaac Chung, assim como foi a de Jan de Bont, aproveita o evento para criar situações tão assustadoras quanto. Do começo ao fim, Twisters te pega pela tensão, com sequências de cenas que te impedem de se sentar tranquilamente na cadeira do cinema ou pensar em pegar o celular – tudo que um filme de ação deveria mesmo fazer.

 

Por Júlia Rezende

8.5

Missão cumprida

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