6.2/10

Velozes e Furiosos 10

Diretor

Louis Leterrier

Gênero

Ação

Elenco

Vin Diesel, Michelle Rodriguez, Jason Momoa

Roteirista

Dan Mazeau, Juntin Lin, Gary Scott Thompson

Estúdio

Universal Pictures

Duração

141 minutos

Data de lançamento

18 de maio de 2023

Dom Toretto e sua família devem lidar com o adversário mais letal que já enfrentaram. Alimentada pela vingança, uma ameaça terrível emerge das sombras do passado para destruir o mundo de Dom e todos que ele ama.

Esses últimos anos, e principalmente o atual, têm sido especialmente generosos com grandes franquias de filmes. Algumas franquias que estavam paradas há anos voltaram ou já anunciaram seu retorno para um futuro próximo e outras, que estão na ativa sem pausas, seguem adicionando novos títulos no seu currículo, como é o caso de Velozes e Furiosos. Desde 2001 foram 9 filmes da história central, mais um spin-off (Hobbs & Shaw) que fizeram dessa uma das maiores franquias de sua geração. Foi um longo caminho até Velozes e Furiosos 10, o primeiro filme tinha um tom mais sério, sombrio e realista, os carros e corridas intercalavam com a história de um policial infiltrado e isso funcionou – por um tempo, mas essa premissa sozinha não levaria a mais 10 filmes. As sequências foram ficando cada vez maiores, mais ousadas e, querendo ou não, mais absurdas. A trama de espionagem e drama internacional aumentou e se complicou, diversos personagens foram (e continuam sendo) apresentados, a ação tomou conta, carros voaram e, no ápice do inimaginável, Velozes e Furiosos 9 levou a franquia para um lugar inédito (e ainda mais inimaginável considerando que estamos falando de carros): o espaço.

Se você é um fã da franquia, é muito difícil de decepcionar com qualquer uma das produções, desde o começo Velozes e Furiosos tem a seu favor um fator extremamente importante e que usa com muita inteligência: saber exatamente o que funciona e, de certa forma, saber quando parar. Velozes e Furiosos 9 foi bom, para o nível da franquia, mas, como mencionado, usou e abusou do absurdo e apenas jogou para cima todo e qualquer resquício de realismo, o que deixou uma dúvida latente para o seu sucessor: aonde mais essa história e esses personagens poderiam ir? Acontece que eles ficam aqui na Terra mesmo – e isso é algo positivo. Dirigido por Louis Leterrier, Velozes e Furiosos 10 coloca os pés da franquia de volta ao chão, na medida do possível e novamente faz o que faz de melhor, reconhece seu ponto forte.

É quase unânime a opinião de que Velozes e Furiosos 5: Operação Rio, lançado em 2011, é um dos melhores da franquia e é justamente a sua trama que é recuperada e reutilizada no novo filme, com direito a flashbacks e expansões, para apresentar o mais novo (e bizarramente divertido) vilão, Dante (Jason Momoa), filho do traficante brasileiro Herman Reyes que foi morto durante o roubo do cofre conduzido por Dom e Brian e deixou apenas uma pendência para o filho: fazer Dom sofrer e deixa bem claro que apenas a morte não era sofrimento suficiente. Enquanto Dante se prepara para fazer seu comeback e acabar com a vida do inimigo, Dom está cuidando de sua família, ensinando seu filho a dirigir e fazendo churrasco com sua avó (Rita Moreno faz uma participação) e o resto do pessoal, mas quando aparece uma missão para eles em Roma, as coisas começam a dar errado.

O vilão de Jason Momoa rouba a cena sempre que aparece, e parece ser esse mesmo o seu intuito, ele é daqueles vilões excêntricos e sarcásticos, cheio de energia e de um humor meio avesso e é perceptível que Jason Momoa se divertiu dando vida a Dante. O papel de Dante, no entanto, é maior do que o de um vilão qualquer, ele é o responsável por começar (ou continuar) uma verdadeira guerra que obrigará a todos que escolham seu lado. O elenco gigante é dividido em subtramas, a maior responsabilidade de Dom, e compartilhada com seu irmão Jakob (John Cena) é proteger seu filho Brian (Leo Abelo Perry), enquanto os outros estão passando por seus próprios obstáculos, encontrando novos e velhos rostos no caminho. Nem todas essas histórias funcionam 100%, mas seguem “bem” amarradas à trama principal e trazem novos ares para o filme, mas o filme ganha mesmo na ação. São quase duas horas e meia de cenas eletrizantes e com tanta ação que você nem respira – ou repara na falta de um roteiro mais consistente. E essas cenas, que já se tornaram marca registrada junto com os olhares penetrantes de Van Diesel dizendo “família”, tem a medida certa de luta e aventura e um pouco a mais de absurdo, mas que é tão envolvente que a gente se vê torcendo para dar certo mesmo quando desafia todas as regras da física possíveis.

O maior furo está no terceiro ato e no título do filme, por mais que já tivessem informado de alguma forma, deveria estar especificado que se trata de Velozes e Furiosos 10 – Parte 1, isso porque o filme acaba de forma completamente abrupta, sem se dar ao trabalho de encerrar nenhuma das tramas em andamento, o que pode causar insatisfação aos desavisados sobre a continuação. Dessa forma, a segunda parte se faz indispensável e, de acordo com Vin Diesel, é possível que até mesmo uma terceira parte seja produzida, transformando o décimo filme da franquia em uma trilogia.

 

Por Júlia Rezende

8

Missão cumprida

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