Após diversos adiamentos por conta da pandemia, o filme “007- Sem Tempo Para Morrer” finalmente chega aos cinemas nesta quinta-feira (30), marcando a despedida do ator Daniel Craig como James Bond.
No longa, depois que Bond deixou o serviço ativo da MI6, vive tranquilamente na Jamaica. Sua paz não dura muito quando seu velho amigo Felix Leiter, da CIA, aparece pedindo ajuda. A missão de resgatar um cientista sequestrado acaba sendo muito mais traiçoeira do que o esperado, levando Bond à trilha de um vilão misterioso chamado Safin (Rami Malek) que tem uma nova tecnologia perigosa.
Dirigido por Cary Joji Fukunaga, primeiro americano a comandar um filme de “007”, entrega um longa de ação e thriller que tem muita qualidade técnica e de narrativa, seguindo elementos tradicionais da franquia, mas também quebrando alguns padrões na história do agente e dos personagens ao seu redor.
Fukunaga acerta no ritmo do filme, que é o mais longo de toda a franquia, com uma abertura bem mais profunda e emocional. Mas claro, durante o longa, não é esquecido as clássicas referências de falas, objetos e as cenas de ação. A coreografia das lutas são um dos grandes destaques, que com planos sequências em conjunto com uma boa montagem, as cenas ficaram dinâmicas e muito fluídas.
Já a parte negativa do filme está no drama exagerado que se cria em alguns momentos sobre o relacionamento de Bond e Madeleine (Léa Seydoux), que se estende durante toda a história. E o vilão Safin feito por Rami Malek, que quase não aparece, onde ainda o vilão anterior Blonfeld (Christoph Waltz) que faz uma rápida aparição consegue aterrorizar mais do que a nova ameaça. Muito dessa questão é por conta do pouco tempo de tela atribuído a Malek, o que causou esse baixo impacto.
Neste filme, as mulheres também recebem mais destaque, principalmente as novas personagens Nomi (Lashana Lynch) e Paloma (Ana de Armas) que pareciam as mais novas bond girls, mas fogem dessa imagem e se sobressaem como mulheres fortes que não precisam de salvação. E esse tipo de discurso menos machista e sexualizado é muito mais evidente no último filme, onde finalmente a franquia começa a modernizar a sua narrativa em relação às mulheres.
A atuação de Daniel Craig está no seu auge, entregando a sua melhor performance como James Bond. No filme, vemos o personagem muito mais maduro, sensível e até engraçado. Craig realmente consolida sua marca na criação de Ian Fleming como o melhor ator a interpretar James Bond, junto com o legado de Sean Cornery, o primeiro 007.
“Sem Tempo Para Morrer” é um filme que traz diversas reviravoltas, emoções e grandes surpresas para o seu desfecho, fugindo de qualquer história já contada sobre o agente secreto mais famoso do mundo. Mesmo o enredo podendo dividir opiniões, com certeza é um filme que cumpre a sua missão e encerra muito bem esse ciclo da franquia.