Suspense dramático ‘Por Trás dos Seus Olhos’ faz o espectador enxergar uma realidade dolorida

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No mundo de hoje, a sociedade tende a viver mais em suas próprias bolhas, deixando de enxergar o mundo como ele realmente é. Entendo que essa opção passa a ser mais saudável, psicologicamente falando. Em ‘Por Trás dos Seus Olhos’, a realidade é jogada em nossa cara, por isso, o longa, em sua grande parte incomoda, principalmente quando, em determinadas situações, é difícil aceitar que um ser humano seria capaz de fazer certas coisas. Quando presenciamos toda essa sujeira, estamos sujeitos a não aceitar o que vemos, mas é aí que precisamos escolher se ficaremos de olhos abertos ou cegos.

Aqui, o diretor suíço-alemão Marc Forster trabalha esse conceito de forma clara e direta. A construção de todo o texto, misturada com a direção, leva o espectador para um passeio estranho e incômodo. Logo no primeiro ato, sua escolha é de utilizar planos mais fechados e sufocantes, misturado com imagens embaçadas e com uma forte presença de luz, deixando-nos em uma situação parecida com a da personagem de Blake Lively. Nessa introdução, o diretor de fotografia Matthias Koenigswieser se delicia com as belíssimas imagens que fazem parte da visão da personagem, tanto física, quanto na visão de universo dela, que envolve conforto e dependência.

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Com um ritmo bem mais dramático, com Forster seguindo seu padrão, como em ‘O Caçador de Pipas’ (2007) e em ‘007 – Quantum of Solace’ (2008), ele introduz de forma coesa e encantadora. E é logo após do primeiro ponto de virada, que Marc transforma uma história dramática em algo tenso e terrivelmente assustador. Quando passamos a enxergar o mundo, ele passa a ser amedrontador. Toda a violência, a ganância, as mentiras, os abusos, tudo faz parte do mesmo mundo, mas, como dito anteriormente, é bem melhor vivermos em nossas bolhas perfeitas e lindas.

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A mudança repentina e seca de gênero, incomoda, e em dois sentidos, tanto por passar essa nova visão do mundo, mas também narrativamente. De um lado, a escolha do diretor é perfeita, mas de outro, perde o espectador. A falta de naturalidade e uma mudança radical dos personagens provoca um enjoo inexplicável, mas é como se tudo aquilo que existia anteriormente, fosse substituído por algo não tão bom assim. Como dito anteriormente, isso, em partes, caminha paralelamente com o filme, mas enquanto o visual agrada, o texto prejudica.

Com repetições de frases e falas que informam algo já apresentado em tela, faz a narrativa caminhar devagar, e tudo se complica ainda mais com a introdução de personagens insuportáveis que mais atrasam do que acrescentam. Trabalhando pela primeira vez como roteirista, Forster se une a Sean Conway, e os dois intercalam bem entre os gêneros, mas perdem o espectador que espera ansiosamente para a conclusão. Junto com o roteiro, a fotografia também sofre a mudança, e toda a beleza anterior, some. Teoricamente, funcionou, mas num momento em que quem assiste deveria estar preso na trama, é deixado de lado. Infelizmente, o segundo ato toma decisões exageradas e incômodas depois de um primeiro ato mais cadencioso.

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O espectador só é chamado de volta a partir do terceiro ato, que inicia uma jornada até a conclusão. Felizmente, ele é totalmente recompensado. Dando leves indícios nos atos anteriores, o longa escancara o drama de um relacionamento abusivo e todas as suas consequências. O ar machista que Jason Clarke encarna, perturba, mas é aí que Marc faz um bom trabalho de fazer o espectador refletir que esta “versão” do personagem estava lá desde o começo. Particularmente, não é positivo a direção deixar explícito, mas sim trabalhar mais no mistério e fazer o espectador pensar e refletir sobre tudo assistido, entretanto, se o objetivo é passar essa ideia e ensinar – podemos dizer assim – então que seja feito.

Partindo para o final, o filme toma o controle de volta e entrega densidade pura, mantendo o mesmo ritmo, equilibrado com a belíssima trilha sonora de Marc Streitenfeld, que consegue dar ainda mais peso à trama. O rumo que ele traz para a história conquista o espectador pela tensão e nervosismo, principalmente por trazer questionamentos sobre o caráter humano e o controle sobre a vida de outra pessoa, que pode partir de um controle emocional, e indo até um físico.

Toda a metáfora e as mensagens implícitas provocam quem assiste, principalmente pelo belíssimo trabalho de Blake, que já havia surpreendido em ‘Águas Rasas’ (2016). Aqui, ela potencializa e entrega uma atuação digna, conseguindo segurar, a todo o momento, as quase duas horas de filme. Mesmo bem, Clarke só segura por se sustentar no desenvolvimento de sua parceira. Ainda limitados, os dois conseguem segurar a trama e desenvolvê-la de forma bem feita.

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No fim das contas, ‘Por Trás dos Seus Olhos’ é uma mensagem importante para uma sociedade que se sente confortável em seus próprios mundinhos. Esperamos que a cirurgia da ficção se torne real, enquanto pessoas controladoras se tornem cada vez mais ficção. Esperamos…

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