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É necessário ter uma razão para viver, ou um objetivo na vida? Bem, fisiologicamente falando não, a não ser que comer seja a razão, e de modo que não morrer de fome surja como objetivo. Mas encarando de maneira mais abstrata, a maioria das pessoas diria que sim. O filme de Martin Scorsese traz o atormentado veterano do Vietnã, Travis Bickle (Robert De Niro), alguém que não aparenta ter objetivos. Bickle demonstra não estar envolvido com sua própria vida, em certos momentos, em outros, demonstra impulsividade desenfreada.
Antes de mostrar sua revolta ao mundo, Travis tem um encontro com Betsy (Cybill Shepherd), mas tudo acaba mal quando ele a leva ao cinema para ver um filme pornográfico sueco. Esse é um ponto importante da trama, pois não nos leva ao sempre esperado final feliz para o casal.
O desastre amoroso com Betsy parece ter aberto os olhos do taxista, outrora, acabado com o resto de sua sanidade, já que em seguida organiza sem sucesso o assassinato do candidato presidencial Charles Palantine, para quem Betsy faz campanha. Nisso questiona-se o real motivo dele tentar o homicídio. Em seguida, na sua confundível missão de auxílio à sociedade ou de destruição, o personagem ainda ajuda uma jovem prostituta (Jodie Foster) a escapar das mãos de um proxeneta, em uma cena final de tirar o fôlego.
A película levanta temas de violência gráfica, social e o favorito de Scorsese, subcultura criminal. É um ótimo filme, embalado pelo Jazz de Bernard Herrmann — que morreu horas depois de terminar a composição da trilha sonora. A atuação de Robert De Niro também ficou na medida, com seu ar de anti-herói e sua Magnum 44.

Por Anderson Fernandes.

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