[et_pb_section admin_label=”section”][et_pb_row admin_label=”row”][et_pb_column type=”4_4″][et_pb_text admin_label=”Texto” background_layout=”light” text_orientation=”justified” use_border_color=”off” border_color=”#ffffff” border_style=”solid”]
A beleza do gênero terror está em seus ciclos e como eles exploram a situação da sociedade moderna. Cada época traz suas críticas e o aterrorizante está exatamente em cima daquilo que vemos como o comum. Como a criação do “Sexta-Feira 13” (2009), no qual o comum de ir a um acampamento se torna algo aterrorizante ou até dormir, como é tratado em “A Hora do Pesadelo” (1984). Nos anos 10, temos a tecnologia. Nos últimos anos tivemos explorações da temática em filmes como “Amizade Desfeita” (2014), por exemplo. Isso, além de renovar o terror a cada geração, conversa diretamente com o público. Aqui, os irmãos Vang escrevem um típico episódio de “Black Mirror” (2011-), que é atrapalhado por suas próprias escolhas que estão, justamente, no modo como fazer terror.
Tipicamente adolescente e recheado das clássicas facetas do gênero, como o grupo composto pela loira, o asiático, o negro, o branco popular e a amiga irrelevante, o longa não apresenta algo novo. Quando tenta explorar a interessante ideia do aplicativo de assistente pessoal para se tornar o grande “vilão”, ele falha ao dar uma forma física a ele, dando uma virada no filme e o transformando na versão ruim de “It – Uma Obra Prima do Medo” (1990). Há sim a crítica social, principalmente sobre nossa dependência tecnológica e o domínio de dados, mas o terror em si não é explorado exatamente nisso e passa a ser uma criatura se transformando nos medos de cada um dos adolescentes e os aterrorizando – está aí a justificativa com a comparação com “It”. Além de desvirtuar de um terror mais real, o roteiro perde seu potencial ao forçar algo não tão agradável quanto a ideia principal, que poderia se destacar entre toda a previsibilidade da história, mas os irmãos Vang trilharam um caminho enfraquecido para um tema que possui diversas maneiras de ser explorada.
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Muito das escolhas ruins se deve a independência da produção. Não que isso justifique os erros – até porque clássicos como “Halloween – A Noite do Terror” (1978) e “O Massacre da Serra Elétrica” (1974) entram nessa categoria – mas se mostrou nítida a maneira como os dois conteram ao máximo a história que tinham para contar. Isso resultou em uma direção debilitada, com takes óbvios e uma constante troca de lentes em momentos inoportunos. Os dois se mostraram apaixonados pelo uso da lente olho de peixe, que é até bem utilizada em momentos de planos subjetivos, mas, constantemente volta a aparecer aleatoriamente, sem qualquer justificativa cinematográfica. Os movimentos de câmera também exploram pouco da capacidade da tensão e se mantém no cômodo. Não existe teste para o espectador em “Medo Viral”. O espiríto do terror está em discutir situações modernas, mas também em testar os limites do espectador, desenvolvendo tensões. No fim, o longa é de consumo fácil, algo um tanto inconcebível no gênero.
A direção dos dois falha também em trabalhar o elenco. Todos os atores entregam a previsibilidade e seguem a risca o padrão dos longas de terror protagonizados por adolescentes. As reações, as caras e bocas, os diálogos, tudo fica muito no óbvio com suas ideologias e personalidades estereotipadas. Não existe qualquer ligação com o jovem moderno, tirando o elemento da tecnologia. Os personagens são mal construídos e todos na base da burrice, sem qualquer reflexão sobre as atitudes. Os dois até tentam dar destaque para um deles com a intenção de desconstruir ideias preconceituosas. Válido pela época na qual vivemos, mas é frustrada ao entregar uma naturalidade nada convencional. Camden Toy, no entanto, é o que mais se destaca com seu papel na pele do Bedeviled. Seus movimentos corporais trazem mais credibilidade ao personagem, mas a voz é seu poder maior. Aterrorizante, suas palavras conseguem ter mais poder sobre os adolescentes do que qualquer medo que ele possa transformar. Ou melhor, publicar em qualquer rede social.
Portanto, mais um filme genérico de terror chega aos cinemas para “assustar” adolescentes a procura de distração ou um local de romance. Não há tensão ou reflexões em “Medo Viral”, e muito menos qualidades para prender a atenção do espectador a todo momento. Com uma temática atual relevante ao jovem moderno, mas com o roteiro mal escrito não há assistente pessoal que te salve desse malware.
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