Se tem uma coisa que sempre acompanha os fãs de terror, são as franquias. É difícil encontrar histórias de terror que param em seu primeiro filme, principalmente quando fazem sucesso, mas quantidade nunca foi sinônimo de qualidade e isso fica óbvio quando olhamos para essas franquias e descobrimos que é praticamente impossível encontrar uma que tenha agradado com todas as suas sequências.
No entanto, se existe uma exceção, ou pelo menos uma opção que chegue perto disso, talvez seja a franquia A Morte do Demônio, que começou em 1981 e desde então coleciona filmes, reboots, séries, games e até um musical.
Chegou agora nos cinemas mais um filme, A Morte do Demônio: A Ascensão, e como acontece com esse tipo de franquia, você pode ter dúvidas sobre a ordem dos filmes ou o que você precisa (ou não) assistir para entender a nova história, mas fique tranquilo, a gente te ajuda a entender! E para explicar, vamos pela ordem cronológica de lançamento.
A MORTE DO DEMÔNIO (1981)
Muito antes de dirigir a trilogia original de Homem-Aranha ou Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, Sam Raimi começou (e consolidou) sua carreira no terror. Com apenas 18 anos de idade, ele teve a ideia de um curta chamado Within The Woods, que contava a história de um grupo de amigos que ia para um chalé no meio da floresta, encontrava um livro demoníaco e todos, menos um, eram possuídos e atacavam o sobrevivente, parece familiar? Esse foi o curta que deu origem ao seu primeiro longa, quando Sam Raimi tinha 22 anos. “A Morte do Demônio” foi um filme de baixo orçamento que teve muito mais sucesso do que o esperado. Uma parceria entre Raimi e seu ator principal, Bruce Campbell, virou um clássico do terror, com suas cenas violentas, grotescas e muito sangue, e abriu o caminho para sequências.
Você pode assistir a esse título na HBO Max.
UMA NOITE ALUCINANTE 2 (1987)
Talvez você encontre o primeiro filme como A Morte do Demônio: Uma Noite Alucinante, mas não encontrará A Morte do Demônio 2 – é aqui que começa a confusão. Sam Raimi e Bruce Campbell não detinham os direitos do filme original e para conseguir continuar a história precisaram fazer um reboot, mas eles também queriam uma sequência e aproveitar os personagens, principalmente o protagonista Ash, então a solução foi dar um jeitinho, assim como o bom brasileiro gosta. Antes de continuar a história de onde tinha parado, Raimi fez uma recapitulação do primeiro filme nesse segundo, como uma regravação. Ash continuava como principal, mas alguns acontecimentos tiveram um rumo diferente do original. Além dessas divergências, uma grande mudança foi no tom do filme: enquanto o primeiro parte diretamente para o terror, esse segundo abre espaço para a comédia, algo que se tornará característico da franquia – pelo menos em suas próximas produções.
UMA NOITE ALUCINANTE 3 (1992)
Aqui, Raimi enfim conta a história que já queria ter contado no filme anterior – e também é aqui que a parte de fantasia chega. Ash, ainda o Bruce Campbell, viaja no tempo e vai parar na era Medieval. A comédia prevalece, mas sem nunca deixar o gore de lado e ainda que bem diferente, é bom e agradou a base de fãs, mas foi o fim da franquia, pelo menos por um tempo.
GAMES E MUSICAL
Na década de 2000 a franquia “A Morte do Demônio” não ganhou filme novo, mas em compensação expandiu suas produções e tomou conta dos video games e, inusitadamente, dos palcos. Foram diversos de jogos de console, que continuam sendo lançados até hoje, e uma peça musical que estreou em Toronto no Canadá e fez tanto sucesso que foi para Nova York num teatro off-Broadway.
A MORTE DO DEMÔNIO (2013)
Sequência? Reboot? Remake? Tudo isso junto e mais um pouco? É difícil definir o que foi “A Morte do Demônio” de 2013. A história é basicamente a mesma do original, tem o chalé na floresta, o grupo de amigos, o demônio, mas não tem Bruce Campbell no elenco (quer dizer, ele até chega a fazer uma participação especial na cena pós-créditos, mas nada além disso) e não tem Sam Raimi na direção, ainda que os dois estivessem por perto como produtores. O diretor Fede Álvarez apresentou novos personagens, entre elas Mia, claramente com a intenção de substituir o protagonista Ash e recomeçar a franquia. O filme dividiu opiniões, sendo bem recebido no geral, mas não o suficiente para que os planos de Fede Álvarez fossem levados adiante.
Você pode assistir A Morte do Demônio de 2013 na HBO Max.
ASH VS. EVIL DEAD – A SÉRIE (2015-2018)
Alcançando mais uma plataforma, o filme virou também uma série de TV que acabou durando 3 temporadas e trouxe de volta Bruce Campbell no papel de Ash, Raimi também esteve envolvido com a criação, chegando a escrever e dirigir o episódio piloto, mas sua participação foi limitada depois desse começo. A série, uma sequência dos eventos de Uma Noite Alucinante 3, trouxe de volta o humor dos dois últimos filmes com Ash, além de apresentar novos e interessantes personagens. Apesar de bem feita e de ter agradado aos fãs, não foi um grande sucesso de audiência e foi cancelada pelo canal Starz depois de sua 3ª temporada.
A MORTE DO DEMÔNIO: A ASCENSÃO (2023)
Dez anos depois do último filme reboot/remake/sequência, a franquia ganha mais uma chance de se reinventar, dessa vez pelas mãos de Lee Cronin, responsável pelo roteiro e direção, com Bruce Campbell e Sam Raimi como produtores. Se tivéssemos que definir, A Morte do Demônio: A Ascensão chegaria mais perto de um reboot com um quê de sequência (e homenagem ao original). Longe da floresta, dentro de um apartamento no meio da cidade, com foco numa família em vez de um grupo de amigos, sem Ash e sem comédia, poderíamos duvidar da capacidade desse filme de dar continuidade à boa reputação da franquia, mas os fãs não têm com o que se preocupar. Tudo o que fez o filme original brilhar está nesse lançamento e em grandíssima quantidade – e qualidade, agrada os fãs das produções anteriores e certamente tem o potencial de criar uma nova base de fãs também. Ou seja, mesmo que você nunca tenha assistido A Morte do Demônio antes, esse filme ainda é para você.
A Morte do Demônio: A Ascensão está nos cinemas e você pode conferir nossa crítica completa aqui.
